A primeira vez que fomos ao Paredes de Coura, em pares ou em colectivo, foi em 2003. Provámos o campismo e a água fria dos chuveiros, comemos muito atum em pão de forma mas valeu pelos Yeah Yeah Yeahs — o inesquecível truque do ananás da Karen O — e pela PJ Harvey.
Em 2005, bisámos, nós e os Queens of the Stone Age. Souberam abanar a fruta das árvores e transformar a relva em areia do deserto. Os Arcade Fire ainda não enchiam estádios, mas encheram-nos as medidas e acordaram os presentes até ao pôr-do-sol. Os Woven Hand deram uma cerimónia litúrgica que quase nos converteu a qualquer coisa só para pertencer àquilo. Os Pixies souberam-nos à vida. Estão velhos? Sim. Estão gordos? Sim, mas aquelas malhas não têm idade.
2007 teve um sabor especial. Deixámos as tendas em casa e estreámo-nos no palco. Foi arrepiante e ocupou o espaço de qualquer outra memória desse ano.
Em 2011, regressámos ao palco principal com as pernas a tremer, com medo de estragar as memórias que tínhamos da primeira vez. Mas aquela gente é boa para nós e fomos para cima deles com tudo. Foi mágico! Um dia antes de tocarmos vimos os nossos Trail of Dead — talvez uma das maiores influências que tivemos no início da banda. Deram um concerto mediano, mas que não beliscou a imagem que temos deles, nem o bem que nos fizeram. Vimos também Le Butcherettes com o Gabriel Serbian dos Locust a escavacar a vista alegre e a Terri a fazer lembrar uma PJ Harvey sem açaime.
Este ano lá vamos nós de pernas bambas a desejar que nos corra pelo menos tão bem como os anteriores.