Andar de bicicleta com um vestido ou uma saia era um problema para Johanna Holtan, uma amante do veículo de duas horas que volta e meia se sentia demasiado “exposta” — ora por causa do vento, ora nas entradas e saídas da bicicleta. Foi com esta problemática na cabeça que, juntamente com as amigas, teve uma ideia: com uma moeda e um elástico, transformar a roupa feminina perfeita para andar de bicicleta.
“Nós adoramos bicicletas. Nós adoramos saias. Mas às vezes elas não combinam bem. Foi por isso que tivemos a ideia do Penny in Yo’ Pants, uma solução simples para transformar a saia numa roupa própria para andar de bicicleta”, explicam as criadoras da ideia no site.
Johanna Holtan está a preparar um novo modelo de Penny in Yo' Pants para “evitar que o tecido da roupa fique enrugado, como acontece quando se usa a moeda”, e para que seja “ainda mais fácil andar de bicicleta com saia”. O produto vai ser lançado em breve, através de uma campanha de crowdfunding, no Kickstarter.
No Afeganistão há mulheres a desafiar a lei
É aqui que entra a parte mais séria do projecto: o dinheiro arrecadado com a venda dessa criação vai ser utilizado para ajudar a equipa de ciclismo do Afeganistão, que tem desafiado as leis do país com uma equipa de dez mulheres a treinar para os Jogos Olímpicos de 2020.
“Estamos felizes por doar os rendimentos de todas as nossas vendas à equipa de ciclismo feminino do Afeganistão para que elas os utilizem nas suas bicicletas, façam história e, melhor ainda, se transformem em modelos para mulheres de todo o país e do mundo”, lê-se no site.
No Afeganistão, o ciclismo é considerado um desporto inapropriado para mulheres. Por isso, falar de ciclismo feminino transformou-se numa espécie de metáfora da liberdade das mulheres afegãs: “Para nós, a bicicleta é um símbolo de liberdade”, disse ao site Hindustan Times Marjan Sidiqqi, que integra a equipa.
“Nós não andamos de bicicleta para estabelecer uma posição política. Andamos porque queremos, porque gostamos e porque se os nossos irmãos podem nós também podemos”, explica.
A ideia de Johanna e das amigas foi concedida durante o Cyclehack deste ano, em Glasgow, um evento que desafia pessoas a desenvolver ideias que derrubem barreiras do ciclismo em 48 horas.