Durante os últimos meses temos assistido a uma autêntica guerra entre os gigantes tecnológicos de Silicon Valley. Os “combatentes”, agora fardados com fato e gravata, ou no caso do Mark Zuckerberg de chinelos e calças de ganga, andam à caça de “start-ups” e empresas inovadoras, para as comprarem antes que a concorrência o faça.
Se imaginarmos Silicon Valley como o tabuleiro de um monopólio, as empresas como o Facebook, o Google, a Apple ou o Twitter guardaram o molho das cartas da sorte no bolso e começaram a comprar tudo o que são propriedades livres para a construir hotéis em cima delas.
Podemos começar pelos três mil milhões de dólares que a Apple pagou para adquirir a Beats que inclui a Beats Audio Hardware e a Beats Music, fundadas pelo rapper Dre. O engraçado disto é que a Apple já tinha negócios, e muito bem sucedidos, precisamente nas mesmas áreas em que a Beats actuava. Ou seja, é a maneira contemporânea de eliminar a competição, comprá-los. Mas há alguma competição que é impossível comprar, como a Samsung e o Google por exemplo e, que não ficaram contentes com este avanço.
Do outro lado da rua, o nosso amigo de chinelos e calças de ganga também tem ido às compras. A semana passada confirmou a aquisição da LiveRail, uma empresa de publicidade online, por 500 milhões de dólares. Coisa pequena para o gigante do Facebook, que no início deste ano comprou o WhatsApp por 19 mil milhões. Mas esta aquisição do LiveRail está relacionada com uma batalha mais recente, precisamente pelo mercado de Publicidade Online, que é de onde estas empresas tiram a maior parte dos seus lucros.
Vendo isto, o Twitter também decidiu atacar. Como tal, comprou a TapCommerce por uns poupadinhos 100 milhões de dólares. TapCommerce é uma empresa de Publicidade Digital para Smartphones. A Tap já tem provas dadas, e promete vir a ajudar o Twitter introduzindo novas estratégias de Publicidade e de cativação de audiência. Também vão aproveitar o “software” e a tecnologia da Tap e, integrá-la com o seu já existente programa de Publicidade Mobile, o MoPub.
Quem também gosta de ir às compras e faz todo o gosto em participar nesta guerra de aquisições é o Google. Para fazerem frente ao Beats da Apple, anunciaram na semana passada ter chegado a acordo para comprarem o Songza, uma empresa que usa e contextualiza informações sobre o utilizador, para criar uma “playlist” de música personalizada. Os valores não são confirmados, uns dizem que o negócio rondou os 15 milhões de dólares, outros que chegou aos 40 milhões. Mas o importante é que o Google está decidido, como sempre, em fazer frente aos seus vizinhos e a Apple parece que vai ter o caminho mais dificultado do que pensava.
Esta é uma guerra que parece não ter fim à vista. Quer seja para eliminar a competição ou para melhorarem os próprios serviços, enquanto forem surgindo “start-ups” com ideias inovadoras e com resultados comprovados, estes “combatentes” vão continuar em guerra para ver quem compra mais.