As redes sociais também servem para procurar emprego

Quem procura emprego não pode deixar de estar nas redes sociais, diz especialista ouvida pelo P3. Mas é preciso ter cuidado com a pegada digital e manter longe do público o que é privado

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Shahida Patail/Reuters

“Procurar emprego é um trabalho a tempo inteiro e as redes sociais tornam as oportunidades mais reais.” Quem o diz é Anabela Possidónio, directora executiva do Lisbon MBA, em conversa com o P3 sobre recrutamento online a propósito das recentes declarações da presidente do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet, para quem as redes sociais são “um dos maiores inimigos das pessoas desempregadas”.

Para Anabela Possidónio, “há muitas oportunidades de emprego que exigem uma presença online”, mais que não seja para ter acesso a mais anúncios e para dar resposta em tempo útil. “Quem procura emprego não pode deixar, por exemplo, de ter um perfil no LinkedIn actualizado e completo”, refere. O LinkedIn funciona como cartão de visita para os recrutadores, que “só depois passam para as outras redes, como o Facebook ou o Twitter”.

A docente universitária cita o “Social Recruiting Survey” de 2013 para justificar a importância que concede a estas ferramentas online na procura de emprego. “Neste estudo internacional, 94% dos recrutadores entrevistados dizem usar — ou pretender, pelo menos — as redes sociais como fonte de recrutamento.” Não podemos, continua, “passar ao lado desta tendência”: em 2008, esta intenção situava-se nos 78%. De acordo com o “Social Recruiting Survey”, o LinkedIn continua a ser a rede mais popular entre quem escolhe candidatos a vagas (94 por cento), logo seguido do Facebook (65%) e Twitter (55%).

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O impacto das redes sociais no recrutamento Clica na imagem para aumentar

“Não há quem não olhe para os perfis nas redes como factor na tomada de decisões, em caso de dúvida ou, até, para validar informação”, garante Anabela, sublinhando que ,“hoje em dia, tudo está tão aberto que é muito fácil apanhar incongruências”.

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As melhores redes sociais para emprego Clica na imagem para aumentar

Mas como também é provável que percamos tempo nas redes sociais, o ideal é que “se construa uma relação a longo prazo” nas plataformas. Para que tal aconteça, Anabela Possidónio dá cinco dicas para aumentar a empregabilidade através das redes sociais:

Saber o que procurar

Perceber exactamente o que se quer e ser muito específico sobre o que procurar — qual a área de interesse, as empresas preferidas, o tipo de função e as qualificações necessárias — é o primeiro passo.

Definir a estratégia

“Uma vez que sabe o que se procura, é importante perceber como aceder à função e quem são os decisores dentro das empresas”, diz Anabela. “Temos muita informação sobre os nossos possível interlocutores.” As relações online, sugere, “também se constroem a longo prazo”.

Trabalhar a pegada digital

“É fundamental termos consciência de que, nas redes sociais, a nossa vida pode estar a nu”, começa Anabela, pelo que a pegada digital deve ser trabalhada. Erros gramaticais, referências ao uso de drogas, fotografias ou publicações com alguma conotação sexual ou que transpareçam o consumo de álcool são, de acordo com o “Social Recruiting Survey”, de evitar. “Se não tivermos cuidado com as definições de privacidade, isso pode ser usado negativamente durante um processo de selecção”, alerta. “O que é privado não deve ser tornado público.”

Palavras-chave

No caso do LinkedIn, a criação de um perfil deve ser acompanhada por palavras-chave da área profissional. Assim, nas suas pesquisas, os recrutadores podem descobrir novos candidatos.

Seguir empresas

Para procurar emprego nas redes sociais não basta seguir a actividade de páginas genéricas. Anabela Possidónio aconselha, também, a seguir empresas e companhias particulares com as quais se partilham interesses e áreas de acção.

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