A nível desportivo, a sétima etapa do Circuito Mundial de sevens acabou por não correr mal, mas o balanço final deve-se mais a demérito da concorrência (Espanha) do que ao mérito de Portugal. Embora tenha sido evidente a melhoria em relação à etapa anterior, a selecção nacional regressa de Hong Kong com apenas uma vitória em seis jogos.
Nas primeiras três etapas do Circuito Mundial 2013-14, Portugal somou 19 pontos. Nas últimas quatro, realizadas desde o início do ano, a selecção nacional conseguiu apenas cinco e o balanço foi preocupante: duas vitórias (contra equipas convidadas) e 19 derrotas.
A diferença de rendimento deve-se, obviamente, à coincidência de calendários entre as equipas de XV e de sevens, mas isso não explica tudo. Em vésperas de se iniciar o apuramento para os Jogos Olímpicos de 2016, a falta de preparação tem sido notória e, para uma equipa (ainda) sem rumo, o Rio de Janeiro é apenas uma miragem.
Ao contrário do que tinha acontecido há uma semana em Tóquio, Portugal conseguiu em Hong Kong discutir o resultado em quase todos os jogos – a excepção foi a partida inaugural, contra o Canadá.
Depois de somar por derrotas os encontros disputados na fase de grupos (Canadá, Inglaterra e Argentina), Portugal defrontou na madrugada deste domingo a França, nos quartos-de-final da Taça Bowl. E teve tudo para ganhar. Os franceses jogaram seis dos 14 minutos de jogo em inferioridade numérica, mas a equipa portuguesa não soube tirar partido disso e acabou derrotada, por 14-19 (ensaios de Duarte Moreira e Tomás Noronha).
Com a derrota, Portugal caiu para a Taça Shield (o troféu de menor importância), onde teve a felicidade de defrontar, mas meias-finais, o Sri Lanka, a equipa convidada. E o (pequeno) sucesso da selecção nacional resultou desse golpe de sorte. Ao contrário da Espanha, que teve o Quénia como opositor, Portugal teve pela frente um rival frágil.
Mas mesmo assim, os portugueses permitiram que a inexperiente equipa asiática marcasse três ensaios e discutisse a vitória até final. No entanto, o hat-trick de Duarte Moreira (David Mateus marcou o outro ensaio) garantiu o triunfo nacional (24-19). A vitória colocou Portugal na final da Shield e, mais do que isso, garantiu de imediato um ponto ganho à Espanha, que, na outra meia-final, perdera o duelo com o Quénia (7-12).
Frente aos africanos, a equipa de Pedro Netto começou mal e rapidamente se viu em desvantagem por 0-10. Porém, ainda antes do intervalo, Duarte Moreira reduziu para 5-10 - o jogador do Belenenses, terminou a sétima etapa com cinco ensaios marcados. Apesar de ter jogado os últimos sete minutos quase sempre no meio-campo adversário, Portugal acabou por não conseguir dar a volta ao resultado e acabaria derrotado por 10-17 (ensaio de Adérito Esteves).
Embora a prestação nacional tenha ficado aquém do esperado, Portugal entrará nas duas últimas etapas com 14 confortáveis pontos de vantagem sobre a Espanha, que ocupa o último lugar no Circuito Mundial, e apenas um milagre permitirá aos espanhóis evitar a última posição e ceder ao Japão, em 2014-15, o estatuto de equipa-residente.