ASM Clermont Auvergne–Toulon
Este é sem duvida “o” jogo da jornada. Sétimo há duas semanas, o Toulon é hoje líder com os mesmos pontos do Clermont e alcançou na última jornada uma moralizante vitoria frente ao Oyonnax (64-10). O Clermont de Julien Bardy, que está lesionado, embora venha de uma derrota contra o Bordéus Begles (26-16), continua a ser o favorito, não só porque se apresenta praticamente na sua máxima força, mas também porque usufrui da vantagem psicológica sobre o seu adversário, tendo em conta que não perde em casa há mais de quatro anos – 73 jogos exactamente. O encontro colocará frente a frente duas equipas que apresentam um tipo de jogo bastante diferente, com os da casa a centrarem-se nos seus avançados sempre muito móveis (Julien Bonnaire, Jamie Cudmore e Gerhard Vosloo) e à volta do par de médios (Parra e Brock James), enquanto os visitantes vão tentar tirar proveito de uma linha de três-quartos explosiva (Wolf e Giteau no centro e Tuisova, Palisson e Armitage atrás), mesmo sem Bastareaud, que ficou fora dos convocados, e Jonny Wilkinson, relegado para o banco.
Stade Français–Toulouse
Neste clássico duelo do Top 14, o quarto classificado recebe o quinto no Stade de France. Separados por apenas um ponto, este confronto representa um desafio maior para Toulouse, que este ano tem estado muito irregular, especialmente nos jogos fora (uma vitória em 10 partidas), e que apenas conseguiu vencer cinco das últimas 15 deslocações Paris. Stade Français e Toulouse vão aproveitar o fim do Torneio das Seis Nações para recuperar os seus internacionais – assunto muito controverso em França, onde federação e liga mantêm discursos contraditórios há mais de seis meses. Do lado dos parisienses, destaca-se o regresso de Pascal Pape, capitão da equipa e também da selecção na ausência de Thierry Dusautoir (ainda em recuperação). No Toulouse, Yoann Huget e Gael Fickou são sem dúvida os regressos mais importantes. Huget foi o único francês nomeado para o Melhor XV do torneio e Fickou ganhou um novo estatuto internacional mostrando, mais uma vez, a qualidade da “école Toulousaine” na formação de centros.
Castres–Brive
O Castres, campeão em título, recebe a maior surpresa do campeonato. A equipa de Brive, que disputava a Pro D2 na última época, está no oitavo lugar, a quatro pontos do “top 6”, e pode contar com o seu defesa e artilheiro Gaetan Germain, melhor marcador do campeonato, à frente de Wilkinson, Steyn, Sexton ou McAlister, para fazer estragos. Para o Castres, a boa notícia é o regresso do seu abertura Remi Tales, titular no ultimo jogo do Seis Nações, contra a Irlanda, e do seu defesa explosivo Brice Dulin. Pondo as duas equipas em perspectiva, o favoritismo cai para o lado do campeão francês, imbatível em casa este ano e vencedor dos últimos nove duelos com o Brive.
Perpignan–Biarritz
Embora este seja um jogo de fim de tabela, onde o histórico Biarritz irá tentar resgatar o brilho que conquistou no passado, o Perpignan terá a oportunidade de ganhar um pouco de oxigénio na luta à fuga dos lugares de despromoção. Uma vitória frente ao Biarritz seria extremamente importante também a nível da motivação da equipa, literalmente destruída por lesões esta época (nomeadamente o talentoso médio de abertura Camille Lopez e o ponta Sofiane Guitoune). No Perpignan, destaca-se o regresso de James Hook, melhor marcador do clube.
Bayonne–Bordéus Begles
A equipa de Bayonne terá um jogo fundamental para a luta pela manutenção. A quatro pontos da linha de água (o Oyonnax tem um jogo a menos), os bascos sabem que esta partida terá que ser encarada como uma final. No entanto, o Bordéus, actualmente nono classificado, não irá certamente facilitar a tarefa da formação da casa. Realce para o regresso à melhor forma de Joe Rokocoko, que, reposicionado a centro, já é o melhor marcador do Bayonne: seis ensaios em 20 jogos.
Oyonnax–Montpellier
Este será um jogo crucial para as aspirações do Oyonnax. No penúltimo lugar da tabela, apesar de ter uma partida em atraso, a equipa da casa tentará aproximar-se do Perpignan, três pontos à sua frente. Para isso, irá certamente inspirar-se na sua incrível massa associativa, que enche os mais de 8000 lugares do Charles Mathon, semana após semana, um estádio onde este ano apenas o Stade Français venceu. Do outro lado, a equipa de Montpellier pretende cimentar a sua posição no “top 6” e, com um confronto entre os dois primeiros, sabe que um triunfo garante a subida ao segundo lugar. Em relação as equipas, há que sublinhar a constante evolução da linha de ataque do Montpellier, que, jogo após jogo, apresenta um râguebi cada vez mais atacante e atractivo, alicerçado no trio: Jonathan Pelissie, François Trinh Duc e o ex-All Black Rene Ranger.
Grenoble – Racing Metro 92
O último jogo da jornada, será um interessante duelo entre dois aspirantes ao “top 6”. A equipa da casa, autora de uma incrível primeira parte de época, onde venceu Stade Français, Toulon, Bordéus, Biarritz, Racing, Oyonnax e Toulouse, vai tentar surpreender a armada parisiense com um jogo dinâmico entre avançados e três-quartos (modelo “afinado” pelo seu treinador Fabrice Landreau) e graças ao seu incrível “finisher”, o asa Fidjiano Ratu Ratini. Do lado da equipa da capital, destaca-se o regresso da dupla de médios internacional, Jonathan Sexton e Maxime Machenaud. Se o irlandês já não tem nada a provar em relação ao seu talento, e foi, mais uma vez, fundamental para a vitória do seu país no Seis Nações, Machenaud ganhou uma nova dimensão neste período internacional. Titular numa das posições de maior concorrência e talento na equipa gaulesa (Parra, Michalak, Dupuis, Yachvili ou ainda Pelissie) o jovem “9” foi uma das revelações do XV francês, não só pelo seu pé certeiro aos postes, mas também por ter sido um dos poucos jogadores que conseguiu introduzir ritmo na equipa (para além de Huget).