Estamos a falar melhor inglês

Numa lista de 60 países, Portugal surge em 17º. Melhorou duas posições em relação ao ano passado

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A capacidade dos portugueses para falar e escrever inglês está a melhorar. Em 2012, Portugal estava em 19º na lista dos países que dominam melhor esta língua franca, imediatamente abaixo de Espanha. Este ano, Portugal surge em 17º num total de 60 países analisados, inserido no grupo de países com “alta proficiência” para compreender inglês.

 

Segundo o mais recente relatório da Education First (EF), uma empresa de educação internacional, sobre o EPI (Índice de Proficiência em Inglês), os países europeus continuam a ser os que melhor falam a língua - tal como já mostravam os estudos anteriores. Na categoria de “muito alta proficiência” estão sete países europeus, com a Suécia à cabeça, seguida pela Noruega, Holanda, Estónia, Dinamarca, Áustria e Finlândia.

 

A EF analisou as competências linguísticas de cerca de cinco milhões de adultos de todo o mundo durante seis anos, entre 2007 e 2012. Publicou um primeiro relatório com dados referentes ao período entre 2007 e 2009 e um segundo para o período entre 2009 a 2011. Mas agora decidiu fazer relatórios anuais. Nesta terça-feira divulgou o primeiro relatório anual, relativo a 2012, com base nos testes de aptidão preenchidos online por 750 mil pessoas em 60 países.

 

Portugal surge em 17º na lista global mas em 15º se considerarmos apenas os países da Europa. Está à frente da Eslováquia, República Checa, Espanha, Ucrânia, Rússia, Itália e França. Estes últimos três países estão mesmo na categoria de “baixa proficiência”, que inclui ainda países como a China, o Brasil e a Turquia. Porém, o relatório sublinha que a Turquia foi o país que mais avançou a este nível nos últimos seis anos.

 

Na cauda da lista, na categoria de “muito baixa proficiência”, estão países como a Argélia, a Arábia Saudita e o Iraque. O relatório sublinha que as regiões do Médio Oriente e do Norte de África são as piores classificadas, com uma excepção para os Emirados Árabes Unidos, que embora surja na categoria de “baixa proficiência” tem melhorado bastante.

 

Além de analisar os dados referentes a 2012, o relatório traça também a tendência dos últimos anos. Os autores do estudo concluem, por exemplo, que países asiáticos como a Indonésia e o Vietname melhoraram as suas aptidões. A China também, embora menos. Já o Japão e a Coreia do Sul, apesar do grande investimento privado no ensino do inglês, pioraram o domínio da língua.

 

“O fraco domínio do inglês continua a ser uma das principais fraquezas competitivas da América Latina”, referem os autores do estudo. Mais de metade dos países desta região está na cauda do ranking. Brasil, Colômbia, Peru e Chile melhoraram mas continua a faltar-lhes uma larga base de falantes de inglês, necessária para a globalização do mercado de trabalho.

 

O inglês é uma das línguas mais faladas em todo o mundo, com mais de mil milhões de falantes, e é utilizada como língua oficial da União Europeia e de outras organizações mundiais. A EF conclui que a capacidade de falar inglês está directamente relacionada com os indicadores sociais e económicos de um país, como o produto interno bruto "per capita" e o índice de desenvolvimento humano. “À medida que o inglês se torna uma competência essencial no mercado de trabalho global, é central no potencial de um país para o sucesso económico e para a prosperidade social”, refere o documento.

 

Os autores recomendam, por exemplo, uma optimização do investimento privado no ensino do inglês e uma aposta na prática e na exposição permanente à língua, sobretudo no ensino superior.

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