Pianista e compositor, cuja música tem vindo a ser centro de atenções na cena da música independente nacional e internacional, Tiago Sousa pedala nas suas viagens pelo Barreiro e Lisboa. O autor do premiado Insónia não faz da bicicleta uma extensão da sua arte, encarando-a sobretudo como o método mais conveniente de se deslocar e recomenda-a a qualquer pessoa.
Foi um dos primeiros inscritos no Sexta de Bicicleta, um passo natural para alguém que já há cinco anos trocou o carro pela bicicleta em complemento com os transportes públicos. A oscilação constante do preço dos combustíveis e uma cada vez maior necessidade de deslocação diária entre pontos muito díspares nas cidades do Barreiro e Lisboa foram o principal pretexto.
As suas Sextas de Bicicleta são muito diversificadas. Ora incluem pedalar ao atelier de trabalho, a reuniões e encontros, idas a concertos. O barco Lisboa-Barreiro é companheiro regular, sempre que precisa atravessar o Tejo até à capital.
O que muda na tua vida nas sextas-feiras em que levas a bicicleta contigo?
Na realidade, não muda muito, porque a bicicleta vai comigo todos os dias e para todo o lado.
Existem alguns mitos (sobre a utilização da bicicleta) que tenhas vencido?
Sem dúvida. O mito do trânsito, o mito das inclinações, o mito da falta de condições nas nossas cidades para a bicicleta. É tudo muito mais simples quando a prática começa a ser quotidiana.
O que poderia melhorar nos percursos que realizas?
A condição do piso das nossas estradas não é mesmo famosa para bicicletas. Temos mesmo de ir muito atentos aos buracos.
Um momento em que te sentes mesmo bem a andar de bicicleta...
Quando o trânsito está todo parado na avenida da Liberdade e eu venho num instante por ali abaixo.
Uma pessoa da praça pública que gostarias de ver a andar de bicicleta e porquê?
Gostava de ver toda a gente a andar na praça pública, primeiro porque é pública. Depois, porque seria bom sinal.
O que tens a dizer a quem diz que andar de bicicleta na sua cidade é impossível?
É sempre muito fácil essa discussão. Combinamos ir do ponto A ao ponto B e normalmente as pessoas ficam surpreendidas com o tempo que se demora.