Future Places: isto não é um festival, é um "media lab"
O Future Places conta com a realização de "workshops", conferências, concertos, palestras e performances, num encontro internacional de cidadãos, artistas, investigadores e académicos da área das novas tecnologias
A 6.ª edição do Future Places arranca esta segunda-feira, no Porto, prometendo um debate sobre o futuro a partir dos media digitais e apresenta-se sob o formato de "media lab".
“A palavra festival já não descreve, com exatidão, o nosso trabalho. Essa designação talvez condicionasse a percepção das pessoas e as fizesse pensar que o Future Places só tinha existência nesses dias. O trabalho é contínuo e daí considerarmos que a designação de ‘media lab’ corresponde melhor ao que fazemos agora”, explicou o responsável da organização, Heitor Alvelos, à agência Lusa.
O Future Places, que se prolonga até 2 de Novembro, conta com a realização de "workshops", conferências, concertos, palestras e performances, num encontro internacional de cidadãos, artistas, investigadores e académicos da área das novas tecnologias.
“Pode ser comparado a uma cimeira. É um momento de reunião das várias frentes de projectos sobre o mote media e cidadania”, adiantou Heitor Alvelos. “Os media digitais não são apenas tecnologia, nem apenas para especialistas. São meios ao dispor de todos os cidadãos, para que possam desenvolver modelos sociais mais saudáveis”, acrescentou o responsável.
O programa deste ano conta com a presença do compositor minimalista britânico Andrew Poppy, das cineastas Debbie Anzalone e Nancy Schiesari, e do membro do colectivo artístico e da banda americana Tuxedomoon Bruce Geduldig, entre outros.
Para Heitor Alvelos, “o mais importante é desmontar o modelo associado à ideia de estrelato” para que se perceba que o Future Places “é um projecto de capacitação criativa de todos”. “Cada um de nós tem potencial dentro de si e pode desenvolvê-lo”, acrescenta, esperando que o evento seja “o espaço para que isso aconteça”.
Laboratórios de cidadania
Na sessão “Join Citizen Labs!”, a decorrer na terça-feira, pelas 11h00, serão dadas a conhecer “as várias frentes que vão ser oferecidas” durante os dias do Future Places, permitindo assim, aos visitantes do evento, “optar em quais querem participar”.
Neste encontro destacam-se os laboratórios de cidadania, “normalmente assegurados por estudantes de doutoramento”, a mesa redonda, com a reunião de cinco especialistas ligados ao cinema que vão “analisar o papel do cinema em 2013, com perspeptivas muito distintas” e as conferências “Futuro de Incerteza, Lugares de Vulnerabilidade” e “Imagens que Lemos”.
A Reitoria da Universidade do Porto, o Pólo das Indústrias Criativas da mesma universidade (UPTEC), o cinema Passos Manuel e o espaço de intervenção cultural Maus Hábitos são quatro dos sete lugares do centro do Porto que vão acolher o evento, na sua mais extensa edição.
O Future Places, que parte de uma iniciativa da Universidade do Porto e da UPTEC no âmbito do programa UTAustin-Portugal, tem entrada gratuita e vai ter cobertura da Rádio Manobras Futuras - originalmente chamada Rádio Futura, que surge na 2.ª edição, em 2009.