Não fechem as lojas de videojogos!

Infelizmente descobri que das poucas lojas especializadas que existem em Portugal, as da Game vão fechar. Sinceramente acho isso uma grande perda

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Reuters

Tal como muitos, comecei a comprar jogos, quando ainda era comum serem todos piratas. Cópias em cassetes ou disquetes para o ZX Spectrum ou o Amiga eram banais, ao ponto de até as lojas andarem a vendê-las. Parece inacreditável pelos parâmetros de hoje, mas entrar numa loja, ver o dossier com os títulos dos jogos "disponíveis" e escolher um... e tudo isto sem problemas!

Possivelmente o que me recordo melhor é o convívio e troca de informações que existiam nessas lojas. Grupos de jovens amontoavam-se enquanto esperavam a sua vez para terem uma cópia daquele jogo que tinham ouvido falar, ou simplesmente iam arriscar. Muitas vezes as escolhas até eram influenciadas pelas opiniões que se ouviam durante aqueles minutos de espera; "já joguei este, é fixe", "aquele não é grande coisa", "leva antes este, que eu levo o outro e depois trocamos". Era assim.

Hoje em dia, as coisas são diferentes. A pirataria nestes termos quase que desapareceu, mas o espírito de comunidade continua a existir. Vejo que o mesmo ainda acontece nalguns estabelecimentos, e de certa forma, fico feliz.

Infelizmente descobri que das poucas lojas especializadas que existem em Portugal, as da Game vão fechar. Sinceramente acho isso uma grande perda. Muitos dizem que os preços são melhores nos hipermercados, ou que actualmente conseguem encontrar mais barato na Internet, mas para mim, comprar um jogo num hipermercado juntamente com três latas de atum e dois pacotes de batatas fritas, ou ir a um site e clicar num botões, nunca substituirá a experiência de ir a uma loja especializada.

Enquanto escrevo esta crónica, ainda não há nada em concreto. Ouvi rumores sobre reestruturações, e que vamos estar nas mãos duma "operação ibérica", mas, seja qual for a solução, espero que continuemos a ter um local de convívio, onde comprar um jogo, seja ainda uma experiência comunitária. Faço um único apelo, não fechem as lojas de videojogos!

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