Meio da semana, meio da manhã, uma pausa para café. Sensíveis ao chamamento da Natureza, resolvemos experimentar o Parque José Gomes Ferreira, mais conhecido como Mata de Alvalade. São 21 hectares de vegetação mais ou menos cerrada, com tanto de bravio como de acolhedor. O rumorejar das árvores e o clamor dos grilos foram abafando os ruídos citadinos à medida que nos aproximávamos do quiosque que nos acolhe logo de início, com um pequeno parque infantil por vizinho.

A Guadalupe estreou de imediato os baloiços, adaptáveis à sua idade. Com algumas sombras, pôde desfrutar do vai-vem enquanto sentia a leve brisa na cara. Tirá-la de lá é que foi um sarilho, de tão bom que foi! Agora que lhe apanhou o gosto, teremos de fazer um rally a todos os parques infantis da cidade e arredores.

Plenamente integrado no espaço circundante, o quiosque Esplanada da Mata é conhecido pelas suas tostas XL em pão alentejano, mas desta vez o cafezinho bastou. A compensar o facto de não ter serviço de mesa nem pagamento por multibanco, o serviço é muito solícito. Ali se consegue um ambiente acolhedor entre o rústico e o moderno, em plena sintonia com a Natureza. Troncos de árvores fazem a vez de mesas e cadeiras e a música em modo chill out permite-nos relaxar um pouco ou acompanhar-nos numa leitura, já que o próprio quiosque dispõe de uma pequena biblioteca.

Para quem tem pequenotes, esta é uma apetecível clareira: quiosque e parque infantil estão praticamente colados, o que nos permite usufruir da esplanada enquanto estamos com um olho na bebida e outro na criança.

No meio da mata, a probabilidade de haver um fraldário era muito parca. Por motivos de espaço do quiosque, o WC não está equipado para o Mom-Alert. No entanto, a pessoa responsável logo apresentou uma solução convincente: os pufes encostados ao quiosque podem ser óptimos trocadores de fraldas! Enfim, com bom tempo... o que vale é que a Lupe adora mudar-se a céu aberto! Desta vez tal não foi necessário, pois a pequena adormeceu mesmo antes do nosso passeio pela mata.

Enfrentar a “selva” armada de carrinho de bebé constitui um verdadeiro desafio, sobretudo quando existem elevações acentuadas, mas apesar do aspecto selvagem o espaço possui algumas infraestruturas, nomeadamente um circuito de manutenção. Assim, aproveitando o piso suave, iniciámos a nossa caminhada, que também serviu de exercício físico para a mamã! Nada como juntar o útil ao agradável. A certa altura do percurso, um letreiro anunciava a expansão da mata para construção de um Parque Aventura da Quinta do Narigão, com abertura já em Setembro. Conhecendo este país no querido mês de Agosto como eu conheço, tal parece pouco provável, a não ser que acelerem as obras ainda a tempo das autárquicas...

A fugir do calor para outras paragens, disse até à vista àquele espaço tão aprazível, meio escondido na cidade — onde até podemos ver os aviões, como na música, e que foi para a nossa pausa semanal um novo sabor, rico e natural!