Joana Cunha tem 25 anos, é recém-licenciada em Enfermagem mas neste momento tem no fabrico de sabonetes artesanais o seu único ganha-pão, enquanto não encontra emprego na sua área de formação.
“Comecei a fabricar sabonetes há pouco mais de um ano, porque precisava de dinheiro tanto para financiar os meus estudos como para as minhas coisas pessoais. Tomei-lhe o gosto e agora não vou parar, mesmo depois de encontrar colocação como enfermeira”, disse à Lusa.
Joana é de Famalicão e faz parte de uma nova geração de artesãos que vai participar, este ano, na Feira de Artesanato e Gastronomia daquela cidade, que decorre entre 30 de Agosto e 8 de Setembro.
“Posso considerar-me uma auto-didata, porque, à excepção de um 'workshop' de duas horas, aprendi tudo por mim mesma, com muitas pesquisas na Internet e com muitas experiências”, explicou.
Uma arte que "dá para viver"
É com alguma apreensão, mas sempre com esperança, que olha para o seu futuro profissional na área da enfermagem, recusando-se, para já, a seguir o caminho de muitos colegas que entretanto rumaram para o estrangeiro.
Confessa que vai tentar “ao máximo” conseguir colocação no seu país e, de preferência, no seu concelho, mas “obviamente” não coloca de lado a hipótese de emigrar. Entretanto, vai-se dedicando aos sabonetes, um arte que “vai dando para viver” e que vai aperfeiçoando no atelier montado na sua própria casa.
Glicerina, corantes, essências e extractos são as matérias-primas que usa, para o fabrico de sabonetes cujo preço de venda ao público oscila entre um euro e seis euros e meio.
A Feira de Artesanato e Gastronomia de Vila Nova de Famalicão, que já vai na sua 30.ª edição, conta com a presença de cerca de uma centena de artesãos, além de uma dezena de restaurantes representativos dos sabores mais tradicionais.