A indústria de vestuário vai tirar as medidas a 2.000 portugueses para conhecer as suas características físicas e poder adequar o desenho e o tamanho das peças que produz aos clientes.
No âmbito do projecto Sizing_Sudoe (sudoeste europeu), o Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e Vestuário de Portugal (CITEVE) vai realizar já este Verão medições a mil homens e mil mulheres, sobretudo em zonas balneares, numa recolha inédita em Portugal para melhorar o desenho e adequar o tamanho do vestuário aos portugueses.
O director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Paulo Vaz, afirmou à Lusa que “nunca se tiraram as medidas aos portugueses de forma científica”, sendo “um trabalho que se impõe”. “É um projecto para alinhar as práticas com a maioria dos países desenvolvidos em que a indústria da moda tem uma base científica quantitativa realizada numa amostra, que é relevante para perceber as características do universo em que está a trabalhar”, explicou o responsável da associação empresarial.
Padrões internacionais
Paulo Vaz explicou que “a roupa que se fabrica [para o mercado nacional] é muito na linha dos padrões internacionais, isto é, ajustam-se as medidas das tabelas internacionais à realidade portuguesa de forma empírica”, o que, admite, dá azo a muitas queixas por parte dos consumidores.
“Uma das razões que nos levou a conduzir um estudo desta natureza é a existência de muitas queixas, porque o consumidor quando chega a uma loja muito raramente encontra roupa correspondente”, disse, adiantando que “muitas vezes os portugueses não satisfazem o desejo de compra, porque não encontram peças à sua medida”.
Numa primeira fase, o CITEVE fará a recolha das medidas antropométricas 3D, com recurso a um "scanner" 3D, informação que depois de tratada e compilada numa base de dados será transferida para as empresas de confeção, que contarão com serviços de assessoria para melhorar o desenho de vestuário.
O projecto, cofinanciado pelo FEDER - Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, vai também realizar-se ainda em Espanha e França, através das associações empresariais e centros de investigação locais.