Assistem a concertos e espectáculos quando acabam as suas tarefas — às vezes mesmo antes, se assim for permitido —, respondem a todas as dúvidas e mais alguma do público e conhecem pessoas novas. No fim, os voluntários do Serralves em Festa (SeF) aprendem sempre alguma coisa.
Para o programa de voluntariado desta 10.ª edição inscreveram-se quase 400 pessoas. Serão divididas em grupos, conforme as tarefas que vão desempenhar, e instruídas sobre como agir em cada momento. As t-shirts iguais distinguem-nos das milhares de pessoas que visitam os jardins. Gonçalo Bacelar e Diana Nogueira vão repetir a experiência como voluntários no Serralves em Festa, depois de se terem estreado em 2012.
“É uma experiência diferente, deu para conviver com cultura e permitiu-me aprender sobre organização de eventos — uma área que me interessa”, diz o jovem der 23 anos. Diana, de 21 anos, acha que o stress que se vive nestas alturas pode vir a ser útil no futuro. “Este tipo de acções ajudam-nos na nossa vida profissional – e até a nível individual”, continua.
Coleccionar voluntariados
Mas nem Gonçalo nem Diana se ficam pelas 40 horas “non stop” de Serralves em termos de voluntariado — assim como há quem coleccione pulseiras de festivais de música, também há quem coleccione t-shirts de voluntário. O estudante de Ciências da Informação na Faculdade de Letras da Universidade do Porto integrou a equipa de voluntários da Color Run, que aconteceu em Matosinhos a 7de Abril último, a edição 2012 do Optimus Primavera Sound e ainda o Circuito da Boavista, há dois anos. “Faço-o por gosto, para ajudar outras pessoas mas também para aprender alguma coisa.” Ainda se candidatou para ajudar, este ano, no Primavera, mas não foi chamado.
Na 1.ª edição do festival de música, Gonçalo acompanhou a imprensa e, por isso, não teve oportunidade de ver todos os concertos que queria. Já no 9.º Serralves em Festa teve mais sorte. “Eles fazem os horários a pensar no público mas também nos voluntários”, explica, pelo que ainda viu peças de teatro e outras performances.
Já Diana, licenciada em Língua e Cultura Estrangeiras pela Escola Superior de Educação do Porto, vai ter um início de Junho agitado. Depois do Optimus Primavera Sound, onde esteve nas bilheteiras (“um trabalho muito mais exigente do que estava à espera” e que a impediu de ver Nick Cave — “uma dor no coração”), vai dedicar-se a Serralves. Este ano vai participar no projecto de Willi Dorner, “Bodies in Urban Spaces”, na Baixa do Porto e na fundação.