A segunda edição do MudasFest, Festival Internacional de Curtas-metragens Sem Diálogo, decorre entre sexta-feira e domingo, no Centro das Artes - Casa das Mudas, na Calheta, Madeira, com “argumentos para superar” a anterior, como acredita a organização.
“A nível de conteúdos, por exemplo, adicionámos uma selecção de filmes de dois festivais, um alemão, outro espanhol”, disse à agência Lusa o director artístico, Nuno Serrão, assinalando que, desta forma, “se está a acrescentar, também, o vídeo experimental” ao certame.
Nuno Serrão destacou ainda a presença do compositor Michael Price, que vai orientar o único “workshop” da iniciativa, um festival que vai buscar inspiração às origens do cinema (daí o “Sem Diálogo”, no nome) e que, em simultâneo, pretende ser “uma montra do que de melhor se faz a nível internacional no segmento de narrativas de movimento”, sejam em filme convencional, “stop-motion”, animação tradicional ou animação computorizada.
CologneOFF mais Madatac
No dia de abertura do MudasFest, estão previstas três sessões, a primeira com início às 17h00, com uma retrospectiva do realizador de origem escocesa Norman McLaren, que se fixou no Canadá, desenvolvendo, desde a década de 1940, novas técnicas do cinema de animação. Segue-se um “showcase” de duas horas de cinema experimental sem diálogo, dedicadas aos melhores filmes da última edição do festival alemão CologneOFF e do festival espanhol Madatac.
No fim-de-semana, são exibidos 20 filmes, de 13 nacionalidades, que compõem a selecção do festival, podendo o público votar na melhor película. Ainda no sábado e no domingo, decorre o “workshop” com Michael Price, compositor de cinema que a organização define como “um dos mais procurados do Reino Unido, com um currículo que inclui um Royal Television Award, nomeações para os BAFTA e Emmy, em trabalhos de composição e como editor em filmes e séries, como “Os Filhos do Homem”, “007 Quantum of Solace”, “X-Men” ou a trilogia “Senhor dos Anéis”.
A entrada para o festival é livre, mas o “workshop” é de inscrição obrigatória, no site do evento. Produzido pela urbanistasdigitais, agência criativa da nova geração baseada na Madeira, e pela cooperativa de cinema Plano XXI, sediada no Funchal, o festival integra o projeto Centro das Artes Global, promovido pela Sociedade de Desenvolvimento Ponta do Oeste, proprietária da Casa das Mudas, com apoio do programa Intervir+.
O MudasFest tem por objectivo “descentralizar as iniciativas socioculturais regionais, criando novos públicos, e apresentando novas tendências artísticas, tecnológicas e sociais para a Madeira”, segundo a organização. Na primeira edição, o MudasFest teve uma selecção de 20 filmes de 11 países, um filme-concerto com Silent Shakespeare e um “workshop” com a compositora Laura Rossi.