Cidade holandesa quer cultivar a sua própria “cannabis”

Eindhoven quer avançar com um projecto-piloto em relação ao cultivo próprio e controlado de "cannabis" para limitar o fornecimento ilegal aos "coffee-shops"

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Anthony Bolante/Reuters

A cidade holandesa de Eindhoven quer avançar com um projecto-piloto em relação ao cultivo próprio e controlado de "cannabis" para limitar o fornecimento ilegal aos "coffee-shops" (cafés onde se vende droga).

“O município de Eindhoven pretende avançar com um projecto-piloto para o cultivo controlado de 'cannabis'”, disse o presidente da Câmara de Eindhoven, Rob van Gijzel, citado esta quinta-feira pela agência AFP. “Esta proposta visa utilizar o cultivo controlado para reduzir os problemas clandestinos associados ao fornecimento ilegal dos cafés onde se vende ‘cannabis’”, explicou Van Gijzel, numa carta que enviou ao ministro da Justiça holandês, Ivo Opstelten.

O cultivo e venda de "cannabis" é, tecnicamente, ilegal na Holanda, mas, na prática, tanto o cultivo como a venda são tolerados. Em Novembro passado, o Governo holandês anunciou que iria restringir o consumo de "cannabis" aos turistas estrangeiros. De acordo com Van Gijzel, o cultivo de "cannabis" em grande escala existe na região de Eindhoven, com uma “forte presença do crime organizado”, que leva à “lavagem de dinheiro, fraude, ameaças e intimidação”.

Com este projeto-piloto, o autarca acredita ser possível “obrigar” os proprietários de lojas de café a não fazer negócios “com criminosos”. “A política do ‘coffee-shop’ actual não funciona”, disse Van Gijzel, acreditando que poder fazer-se a supervisão do crescimento da própria erva vai “diluir a influência do crime organizado” e promover a produção de "cannabis" de melhor qualidade. Van Gijzel propôs que o projecto-piloto deva ser executado num período de três anos.