30 empresas europeias procuram engenheiros portugueses

Iniciativa “Engineers Mobility Days” promove o recrutamento de engenheiros portugueses, por parte de empresas estrangeiras

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Mais de trinta empresas estrangeiras procuram engenheiros portugueses SLU Madrid Campus/Flickr

O Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), nos dias 11 e 12, recebe a iniciativa “Engineers Mobility Days”, organizada pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional e pela rede EURES, em pareceria com a associação de estudantes do ISEL.

O evento tem como objectivo recrutar profissionais nas áreas da engenharia e das tecnologias de informação. Estão representadas no evento mais de 30 empresas, oriundas de sete países: Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Reino Unido e Suécia. Para além disso, marcarão presença conselheiros da rede EURES. No site do evento, é possível consultar as vagas disponíveis, cerca de 220.

O programa inclui a apresentação das empresas, bem como de oportunidades de carreira e de condições de vida e de trabalho nos países referidos. Caso estejam previamente marcadas, poderão realizar-se entrevistas de trabalho. Paralelamente ao evento, decorrerá uma feira virtual de emprego.

Qualificações e adaptação

A procura de engenheiros portugueses, por parte de empresas estrangeiras, explica-se, segundo Carlos Matias Ramos, Bastonário da Ordem dos Engenheiros, com as qualificações e a capacidade de adaptação destes profissionais.

“As escolhas de engenharia preparam muito bem os profissionais desta área. Para além das qualificações, os portugueses têm boa capacidade de adaptação e assimilam facilmente a cultura dos países de destino”, explica, ao P3, Carlos Matias Ramos.

Segundo o Bastonário, os países europeus que recrutam engenheiros portugueses costumam procurar profissionais das áreas da informática, electrónica, telecomunicações e mecânica. Alguns países, como a Holanda, também requisitam engenheiros navais. Na América Latina e na África, há maior procura de engenheiros civis, pelo grande investimento em infra-estruturas que existe nestas regiões.

Internacionalização vs. emigração

A globalização pressupõe a internacionalização. Quem o garante é Carlos Matias Ramos. Porém, o Bastonário ressalva que, no caso português, o resultado prático é a emigração.

“A internacionalização implica o trabalho em rede, os profissionais estão sedeados em Portugal e, com regularidade, realizam trabalhos no estrangeiro, criando riqueza para o país e impulsionando a economia. Na emigração, as pessoas abandonam o país e criam riqueza noutros lugares”, assegura.

Para o Bastonário da Ordem dos Engenheiros, a engenharia é como a saúde: só se lhe dá importância quando se sente a sua falta.

“Quando Portugal inverter este ciclo negativo e quiser apostar na industrialização, vai precisar de engenheiros. Sem engenharia e sem tecnologia, não há desenvolvimento. Não sabemos se os engenheiros que, entretanto, tiverem emigrado, vão querer regressar”, afirma.

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