A profissão cantoneiro de limpeza — ou “lixeiro” — foi sempre “subvalorizada pela sociedade portuguesa”. Quem o diz é Carlos Mendes, director geral da MaiaAmbiente.
Poucos valorizam um trabalho que, na opinião de quem o desempenha, é "desgastante" e que "faz falta". O mundo precisa de doutores” e também “precisa de gente que faça esta profissão”, garante André Pinto, que trabalha como cantoneiro de limpeza na MaiaAmbiente.
A profissão cantoneiro de limpeza não é motivo de “vergonha”, afirmou André ao P3. Foi canalizador durante nove anos até que surgiu esta oportunidade de emprego. André não pensou duas vezes. Tornou-se cantoneiro de limpeza (e não "lixeiro", uma vez estes profissionais argumentam que "lixeiros" são aqueles que fazem lixo).
André completou o 9º ano e tentou fazer o secundário no ensino recorrente, à noite, mas “por descuido” acabou por não o fazer. “Um dia, com tempo”, ambiciona acabar “o 12º ano” e quem sabe formar-se em fotografia, uma das suas paixões. A verdade é que gosta da sua profissão e, no futuro, não se vê a fazer outra coisa.