“Don't do it the Harlem Shake way”: músicos exigem direitos pelo “sample” das suas canções

Dois músicos exigem direitos pelo sample das suas canções em "Harlem Shake". Fenómeno continua a encimar os tops de popularidade, mas a mania está a começar a diluir-se

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Uma flashmob Harlem Shake na Alemanha John Macdougall/AFP

Depois de ter sido capa da revista "Billboard", o autor de Harlem Shake, a música associada ao fenómeno viral de vídeos dançarinos, sofreu um contratempo: o grito que começa tudo, “Con los terroristas!”, bem como o lema dentro da música “Do the Harlem shake” têm autores que não Baauer e agora estão a reclamar o crédito pela autoria parcial da canção e exigir receber os direitos respectivos. "Harlem Shake" continua a encimar os tops de popularidade, mas a mania está a começar a diluir-se, segundo o Google Trends.

Por ordem de aparição nos vídeos que fizeram grupos de pessoas dançar em todo o lado, das minas às bibliotecas públicas, passando pela NASA, o primeiro queixoso é Héctor el Father, que usou a frase "Con los terroristas!" em várias das suas músicas. Agora conhecido pelo seu verdadeiro nome, Hector Delgado era um conhecido intérprete de reggaetón (a corrente que liga o reggae aos ritmos latinos de Porto Rico e à salsa, entre outros) que nos últimos anos se dedicou à vida da igreja e que foi avisado por um amigo que a sua voz surgia no vídeo viral com a música de Baauer. Hector Delgado está, segundo o "New York Times", a exigir os seus direitos quanto ao uso do "sample" à Mad Decent Records, que editou em 2012 o single de Baauer.

O outro queixoso é Jayson Musson, rapper que integrava o colectivo Plastic Little e cuja voz grita “Do the Harlem Shake!” na música – e, por conseguinte, nos vídeos mundo fora –, também alertado por um amigo e ex-colega dos Plastic Little que o tinha ouvido na Internet. A frase é parte da letra de "Miller Time", que o grupo de Filadélfia editou em 2001, mas apesar de Musson estar também a pedir compensação financeira pelo uso do "sample", a sua abordagem foi de agradecer a Baauer por “ter feito algo útil com a nossa música irritante”.

As pequenas editoras musicais nem sempre têm as condições legais e os recursos para conseguir licenças de uso de "samples", prática que se tornou comum e obrigatória por lei no sector, cuja regulamentação indica que mesmo o uso de um excerto curto dá direito ao artista e autor de receber os "royalties" devidos. Estas acções de dois artistas para reclamar os seus direitos foram tornadas públicas pelo "New York Times" no início da terceira semana em que "Harlem Shake" está no número 1 do top da Billboard das cem músicas mais populares do momento.

Agora até os drones (vá, pequenos drones) fazem o "Harlem Shake" para as câmaras, mas a mania parece estar a entrar em declínio – pelo menos é o que mostra o Google Trends. Os dados mais recentes desta ferramenta que mostra quantas vezes um termo é procurado e o contextualiza geográfica e linguisticamente, dizem que o pico "Harlem Shake" já foi atingido (entre 17 e 23 de Fevereiro) e que há uma quebra do interesse pelo tema desde o final desse mês, com uma ligeira subida na primeira semana de Março, para agora estar assinalavelmente em queda. Países como Trindade e Tobago, Paraguai ou a Tunísia estão entre os que mais quiseram saber ou ver "Harlem Shake". Já as cidades mais interessadas são Jacarta, Nova Iorque e Londres.

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