Idosos que riem à gargalhada no autocarro, pessoas que se cruzam no supermercado, grupos de amigos que passeiam na rua.
Estes são alguns dos elementos presentes nas histórias do Escafandrista. E o que é um escafandrista? É alguém que mergulha dentro de um escafandro. No caso desta página, o mergulho não é feito no mar, mas nas histórias do dia-a-dia.
“Acredito que, metaforicamente, o nome da página traduza um pouco o meu objectivo, que é contar as histórias que ouço nas ruas e as minhas conversas com desconhecidos que encontro no dia-a-dia”, explica, ao P3, o jornalista brasileiro Louraidan Larsen, autor do Escafandrista.
Segundo o autor, esta página tem, como objectivo, explorar as histórias que as pessoas têm para contar, sejam tristes ou não.
“Actualmente, andamos com pressa, comemos rápido, temos tantas coisas a fazer, que acabamos por nos esquecer de ouvir as pessoas e as suas histórias, de permitir que o outro, o desconhecido, se aproxime. Nesta sociedade do espectáculo e dos famosos, acredito na importância e na relevância das experiências de vida do homem e da mulher comuns”, afirma.
Do caderno para o Facebook
A ideia de criar esta página decorre do hábito que o jornalista mantém de escrever sobre “episódios inusitados do dia-a-dia”. Quando criou a conta pessoal no Facebook, começou a partilhar os textos. Ao mesmo tempo, publicava-os num blogue. A boa recepção dos leitores levou-o, inicialmente, a aumentar a frequência das publicações e, em Dezembro, a criar o Escafandrista.
As histórias são reais, mas Louraidan tenta salvaguardar que o são “do seu ponto de vista”. Ou, como refere no resumo da página: “Tudo contado aqui aconteceu. Até aquilo que eu invento: aconteceu, mesmo”.
Existe a preocupação de dar um cunho literário ao texto. As situações retratadas passam-se em na rua, no supermercado ou no autocarro. “Já cheguei a sair numa paragem longe de casa, só para poder continuar a ouvir uma história”, garante Louraidan Larsen.
Paralelamente a esta página, o jornalista mantém outros projectos de escrita. Escreveu, com um amigo, um guião para cinema, e pretende não só concretizá-lo, como também repetir a experiência. Para além disso, dedica-se à criação de micro-contos.
Permanentemente adiado está o projecto de reunir em livro essas narrativas, apesar dos incentivos dos amigos. Para tal, Louraidan garante ter que organizar os textos e fazê-los acompanhar de outros elementos como, por exemplo, desenhos.
Se o fizer, talvez o Escafandrista venha a ter mais histórias para contar.