É possível desenvolver um edifício com emissão de carbono quase nula? A resposta é sim, de acordo com um documento científico produzido por Francisco Carriço, um engenheiro electromecânico de 33 anos. O especialista demonstrou que, utilizando três tipos de energias renováveis (geotérmica, solar e fotovoltaica), podemos obter uma construção com "emissões zero".

O estudo elaborado por Francisco vai ser apresentado no “World Sustainable Energy Days”, um evento sobre produção e usos sustentáveis de energia que decorre de 27 de Fevereiro a 1 de Março em Wels, na Áustria.

Francisco é apaixonado “pelas construções e energias”. “A ideia para trabalhar com o tema ["emissões zero"] surgiu por acaso, quando em 2006 comecei a trabalhar com um engenheiro civil”, conta o especialista. Seguiram-se formações profissionais, uma pós-graduação e vários congressos nos quais o engenheiro apresentou o projecto. Na dissertação de mestrado que elaborou na Universidade da Beira Interior, concluída em Novembro de 2011, Francisco aprofundou o estudo a construção de um edifício com emissões zero.

O modelo das "casas passivas"

O modelo de Francisco Carriço consiste em “pegar num edifício recente, estudá-lo, fazer uma simulação real do imóvel e brincar com o modelo do ponto de vista das infra-estruturas energéticas”. Um dos pontos de partida para o jovem engenheiro foi o conceito de “casa passiva", ao qual o engenheiro aplicou “medidas de melhoria”. A ideia de "casa passiva" é um conceito utilizado pelos alemães que prevê construções de casas com isolamentos muito rigorosos, que não permitam "fáceis trocas térmicas entre o interior e o exterior", esclarece Francisco Carriço. As chamadas "casas passivas" possuem, portanto, níveis de gastos de energia “muito reduzidos”. O que o especialista procurou fazer foi “baixar esses consumos para zero”.

Baseando-se no conceito de "casa passiva", e optimizando-o, o engenheiro conseguiu chegar a um modelo no qual "o balanço de energia anual" é "nulo". Francisco Carriço frisa que "toda a energia é eléctrica neste edifício, a optimização é conseguida através dos isolamentos e da conversão das energias renováveis em electricidade".

Para concretizar melhor as ideias, Francisco Carriço pretende “fazer contactos, e parcerias”, sendo o objectivo principal “estabelecer uma colaboração com um arquitecto”. Paralelamente ao percurso académico, Francisco mantém, desde 2006, o projecto empresarial Dynamic Buildings, em Castelo Branco.