O skate como fenómeno de arte de rua tem vindo a crescer nas praças na cidade do Porto. A Associação de Skate do Norte (ASN) surgiu para representar os praticantes desta modalidade que se dizem "à margem".
Embora já não estejam autorizados a invadir espaços públicos, ainda é possível ver alguns skaters em "spots" do Porto, como a praça dos Leões, Batalha e Casa da Música. O que nem todos sabem é que existe uma associação criada para apoiar os praticantes da modalidade e contornar este tipo de problemas.
Eduardo Viterbo, presidente da Associação de Skate do Norte (ASN), explica que a associação surgiu devido à falta de meios que os praticantes da modalidade sentem e da necessidade de criar uma "voz" que os defenda e represente.
Segundo o presidente, skater de profissão, os principais objectivos da associação "é ajudar a 100% o skate e os skaters" e passa pela criação de espaços apropriados e campeonatos. Outra grande conquista a fazer é "aliar as skateshops directamente aos skaters" e criar um seguro anual de preço reduzido aos sócios da ASN, "para que se possam sentir mais protegidos enquanto praticam".
Assim, quem for membro da associação tem de pagar 15 euros, valor que inclui o pagamento do seguro e descontos nas lojas de skate.
Para garantir que os skaters estejam a par de possíveis projectos como skateparks e ter certeza que as iniciativas apresentadas reunam "todas as condições para a prática da modalidade", a ASN faz questão de estar "constantemente em contacto com as câmaras municipais do Norte", afirma Eduardo. De acordo com o próprio, "nunca se é demasiado velho ou novo para praticar" e, quem quiser fazer parte, só precisa de contactar a associação via Facebook.
"À margem da sociedade"
Os skaters sentem-se "à margem", quase postos de parte pela sociedade. Grande parte das vezes, a modalidade é relacionada com actividades de vandalismo, como a degradação de espaços públicos. Apesar de Eduardo Viterbo reconhecer que a prática da modalidade acaba sempre por danificar os espaços urbanos, considera que não se trata de vandalismo, mas sim de "dar vida às praças mortas", porque a "filosofia dos skaters é apreciar os espaços urbanos que os rodeiam".
O presidente acrescenta que "é errado associar os skaters a pinturas nas paredes, porque, hoje em dia, tanto pinta um punk como um programador de computadores" e que a forma despreocupada com que lidam com os "rótulos" que a sociedade lhes impõe, advém "da impossibilidade de mudar mentalidades".