Tudo começou numa visita guiada na National Portrait Gallery, em Londres. Enquanto ouviam as explicações do guia, Ben Beale e Rory Forrest percebiam que “nada realmente mudou”: o retrato, na altura feito sobretudo a imperadores ou nobreza, tinha como objectivo “selar um lugar na história”.

Os tempos são outros, mas o que mudou não foi a arte em si: ela apenas foi democratizada. “Sem dúvida tem mais alcance agora do que nunca”, explicou ao P3 Ben Beale. "Os museus têm de perceber que o mundo mudou."

Foi desta forma que os jovens londrinos começaram a imaginar o “The Profile Pictures Exhibition”, um projecto que quer fazer arte das fotografias de perfil do Facebook e levá-las para galerias como a própria National Portrait Gallery, em Londres,  o Louvre, em Paris, e o Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.

Eles garantem que, se alcançarem um milhão de “gostos” na sua página do Facebook conseguem montar a primeira exposição mundial de retratos com as fotografias dos próprios seguidores da página.

“Os melhores projectos são aqueles que conseguem juntar as pessoas”, disse Ben Beale. E o Facebook, “habitado por mais de um bilião de pessoas”, é um óptimo meio para isso.

Os jovens acreditam que os museus têm obrigação de estar abertos a este tipo de iniciativa. “O fenómeno da fotografia de perfil é a maior democratização da arte do retrato que o mundo alguma vez viu. Ninguém pode ignorar isso.”

Em pouco mais de um mês, a página “The Profile Pictures Exhibition” já conseguiu sete mil adesões, de pessoas de mais de 50 países.