O jornal holandês “Het Parool” fez uma lista dos dez líderes criativos do momento a trabalhar na Holanda e incluiu o lisboeta João Inácio. Um mestrado em Criatividade Aplicada foi o que o levou até àquele país, há três anos, mas cedo começou a trabalhar, temporariamente, para algumas agências de comunicação.

A poucos dias de completar 27 anos, esta distinção premeia “um ano de muito trabalho e evolução”, em conjunto com o director de arte com quem trabalha, Jeroen de Ruijter. Está “sempre a pensar em coisas novas”, de preferência que envolvam “soluções para problemas do quotidiano, seja a uma escala local ou global”, admite.

No seu portefólio, disponível online, são vários os trabalhos que ostentam a faixa “premiado”, mas João Inácio garante que todos os prémios que teve “oportunidade de vencer foram especiais de uma forma ou de outra”.

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Se for para destacar um em especial, o jovem salienta o “Best of Year Award D&AD 2012”, que venceu juntamente com Jeroen de Ruijter. Talvez este tenha sido “o mais sonante por tratar-se de uma competição de excelência com uma história e um legado muito importantes no mundo da publicidade”, diz ao P3. Com o projecto “Future me with Aviva”, João quis passar uma mensagem de poupança especialmente dirigida aos mais jovens.

A publicidade pode mudar o mundo

A consciência social dos trabalhos é algo que atrai este licenciado pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Neste momento, João participa em projectos que unem esta preocupação às noções de publicidade e empreendedorismo.

Um deles é a “Watershop”, um dos conceitos premiados no Global Best Digital Advertising Awards de 2011, que consiste numa plataforma digital de venda e compra de produtos. “O intuito é contribuir para o acesso a água potável em localidades do mundo onde isso não acontece”, explica João.

Marcas como a IKEA, a Samsung, a FIAT ou a MTV não são apenas reconhecidas por este criativo. João já idealizou campanhas para todas elas (algumas premiadas), depois de em Lisboa ter trabalhado com a Arc Worldwide e a Leo Burnett.

Procura criar campanhas marcantes, como a “Operation Christmas”, lançada pela LOWE Colômbia para o Ministério da Defesa. “Fascina-me a forma como a publicidade pode alterar uma situação que parece inalterável”, refere, como é o caso do problema das guerrilhas colombianas.

Voltar para Portugal não está, pelo menos por enquanto, nos planos de João. “Mas gostava de o fazer daqui a alguns anos, se existirem condições para isso”, sublinha. “Esse é o meu objectivo.”