"Keep the Lights On" vence 16.ª edição do Queer Lisboa

Filme do cineasta independente americano Ira Sachs já tinha vencido o prémio Teddy em Berlim 2012. O júri destacou a forma como se olha para o real "sem tropeçar na facilidade do realismo social"

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Keep the Lights On venceu o prémio principal do festival

"Keep the Lights On", do cineasta independente americano Ira Sachs, foi considerada a Melhor Longa-Metragem da 16.ª edição do Queer Lisboa - Festival de Cinema Gay e Lésbico. Sobre o filme, que já tinha vencido o prémio Teddy em Berlim 2012, o júri destacou a forma como se olha para o real "sem tropeçar na facilidade do realismo social".

"Keep the Lights On" usa o cuidado de uma direcção de fotografia clássica e uma banda sonora que não é mero papel de parede para nos conduzir ao espaço de uma vida a dois, respirando verdade mas, ao mesmo tempo, uma ideia de construção de som e de imagem", lê-se no comunicado do festival, que acrescenta ainda: "E isso é cinema."O prémio de Melhor Long-Metragem tem o valor de mil euros.

O júri do festival, constituído por João Federici e João Rui Guerra da Mata, decidiu ainda atribuir duas menções honrosas a "Beauty", do sul-africano Olivier Hermanus, com um "argumento poderoso" sobre a homofobia e a homossexualidade na comunidade "afrikaner" na África do Sul, e a "She Monkeys", realizado por Lisa Aschan, “pela invulgar força de uma primeira obra e um olhar que sugere um ponto de vista de autor.”  

Thure Lindhart, protagonista de "Keep the Lights On", foi distinguido na cateria de melhor actor, em ex-aequo com Thure Lindhart, premiado pela sua interpretação de François, em "Beauty". O júri justificou a escolha "pelos seus retratos distintos, mas partilhando em comum a capacidade em vestir serenamente a pele de figuras extremas".  

Também o prémio de melhor actriz foi partilhado. Claudia Ohana e Vanessa Giácomo, protagonistas do filme brasileiro "A Novela das 8", de Odilon Rocha, que venceu o prémio do público, foram as premiadas. Segundo o júri, pela forma como juntam num par a força de dois opostos e celebram em cinema a alma de uma expressão da cultura popular do Brasil: a novela.” 

O Júri da Competição para o Melhor Documentário, composto por João Pedro Vale, Travis Jeppesen e Leonor Noivo, decidiu atribuir o Prémio de Melhor Documentário ao filme "Jaurès", de Vincent Dieutre, um prémio no valor de três mil euros atribuído pela RTP 2, pela compra dos direitos de exibição do filme neste canal. Foi também atribuída uma menção especial a "Olhe Pra Mim de Novo", realizado por Claudia Priscila e Kiko Goifman.

"Along the Road", de Anette Gunnarsson e Jerry Carlsson, venceu o prémio de melhor curta-metragem, entregue pelo júri composto por Paul Macgregor, Vítor d’Andrade e Isilda Sanches. "Bankers", realizado por António da Silva, venceu o Prémio Pixel Bunker de Melhor Curta-Metragem Nacional. Para o público o melhor documentário foi "Vito", de Jeffrey Schwarz, sobre Vito Russo, o lendário activista e autor do livro "The Celluloid Closet".

"Ce N’Est Pas un Film de Cow-boys", de Benjamin Parent, venceu o prémio do público para melhor curta-metragem. Chegou assim ao fim mais uma edição do Queer Lisboa, segundo a organização com uma avaliação positiva, tendo sido exibidos 91 filmes de 25 países, com um total de cerca de 7500 espectadores contabilizados nas suas sessões de cinema que decorreram durante nove dias no Cinema São Jorge.

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