Casa espiral, construída para o filho do arquitecto americano, em 1952, está em risco de ser destruída por não haver comprador. O valor está nos 2,2 milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros). A empresa Meridian 8081, actual proprietária, quer construir, no lugar da casa desenhada por Frank Lloyd Wright, um ou mais novos edifícios. A licença de demolição expira nesta quinta-feira.
A casa, localizada perto de Camelback Mountain, cidade de Phoenix (EUA), foi construída para o filho do arquitecto, David, e a mulher, Gladys. É a única casa de Frank Lloyd Wright desenhada em espiral e foi inspirada no modelo do Museu Guggenheim (1943), em Nova Iorque, também desenhada pelo arquitecto.
A área, 2500 metros quadrados, inclui a habitação e também um pátio central, uma piscina e um jardim, com vistas para o deserto e para a montanha, paisagens em seu redor.
Frank Lloyd Wright, nascido em 1867, foi para além de arquitecto, decorador de interiores, escritor e professor. Acreditava que a arquitectura de estruturas devia estar em harmonia com o meio envolvente, filosofia que ganhou o nome de arquitectura orgânica.
Tradição de preservação em Phoenix
A Casa da Cascata (1935), na Pensilvânia é uma das obras mais conhecidas, entre as mais de 1000 estruturas que o arquitecto desenhou. A propriedade ameaçada passou desapercebida durante muitos anos, pois David e Gladys não queriam tornar a sua casa num museu para os amantes da arquitectura e historiadores.
David morreu em 1997 e a sua mulher em 2002. Desde aí que a casa não foi mais habitada. Em Junho deste ano, a empresa Meridian 8081 comprou-a por 1,8 milhões de dólares (cerca de 1,3 milhões de euros).
Actualmente, a casa está à venda por 2,2 milhões de dólares (cerca de 1,7 milhões de euros) mas os historiadores acreditam que há uma sobrevalorização do terreno, devido à aproximação do prazo de demolição. A cidade de Phoenix tem, na sua tradição, políticas de preservação histórica, com consentimento do proprietário.
Contudo, John Hoffman, um dos sócios da Meridian 8081, disse ao jornal "New Iorque Times" que não tencionava aprovar esta preservação. O sócio não deixa de lado a hipótese de encontrar um comprador que decida preservar a casa mas, caso isso não aconteça, há o plano original da empresa.