A Agência Federal de Trabalho Alemã (BA) quer criar um programa especial para facilitar o acesso de jovens de países da União Europeia (UE) ao mercado de trabalho germânico, foi anunciado esta segunda-feira. O programa, que arrancará em 2013, será dotado pelo Ministério Federal do Trabalho e dos Assuntos Sociais com 40 milhões de euros por ano, e dirige-se a jovens de outros países da União Europeia, entre os 18 e os 35 anos, comunicou a BA, em Nuremberga.
Serão financiados, nomeadamente, cursos de língua alemã, “o que é importante, porque o alemão é o maior obstáculo ao acesso de jovens estrangeiros” ao mercado de trabalho germânico, disse Raimund Becker, da administração da BA, ao apresentar o programa. As despesas com o reconhecimento na Alemanha de diplomas de cursos de outros países da UE serão também assumidos pelo orçamento do programa, cujo conteúdo concreto será apresentado nas próximas semanas pela Câmara Alemã de Comércio e Indústria (DIHK) e pela Confederação dos Artesãos Alemães (ZDH).
O desemprego na Alemanha tem estado, nos últimos meses, em níveis que não atingia há mais de 20 anos, após a reunificação do país. Em Setembro a taxa de desemprego baixou para 6,5 por cento, o que corresponde a cerca de 2,8 milhões de desempregados, numa população activa que ultrapassa 41 milhões de pessoas. Sobretudo nos ramos de engenharia, informática e saúde (médicos e enfermeiros) há uma elevada procura de profissionais de outros países para suprir as lacunas existentes no mercado de trabalho da maior economia europeia, que voltará a crescer este ano, segundo a generalidade dos analistas, apesar de algum abrandamento motivado sobretudo pela crise na zona euro.
Milhares de jovens académicos dos países mais afectados por esta crise, sobretudo de Espanha e Grécia, mas também de Portugal, têm chegado à Alemanha, especialmente a partir de meados de 2011, em busca de trabalho, dado o elevado desemprego nos países de origem. Segundo dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat, Portugal continua a ser o terceiro país com uma taxa de desemprego mais elevada, que subiu em Agosto para 15,9 por cento, apenas atrás de Espanha (subiu para 25,1 por cento) e da Grécia (24,4 por cento, valor referente a Junho).