My Little Garden: garrafas de vidro onde crescem ervas aromáticas

Anthony Carter produz “kits” de ervas aromáticas a partir de garrafas de vidro recicladas. O que começou como uma prenda de Natal feita em casa é agora um projecto de agricultura em casa

Salsa, coentros, manjericão comum, manjericão vermelho e cebolinho são as cinco opções
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Salsa, coentros, manjericão comum, manjericão vermelho e cebolinho são as cinco opções
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Os bottle kits custam 15 euros
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Os bottle kits custam 15 euros

Uma antiga garrafa de vidro, sementes, um saco de substrato e outro de argila expandida, um pavio e, claro, instruções. Estes são os elementos que compõem o “bottle kit” de ervas aromáticas My Little Garden.

Apesar de precisar de instruções, este “kit” criado por Anthony Carter, de Leiria, não é assim tão complicado de montar. As garrafas de vidro são cortadas a meio e para que as sementes cresçam, a parte do gargalo, virada de cabeça para baixo, ajuda a que a terra fique hidratada. O fundo da garrafa vai, assim, funcionar como um reservatório de água, absorvida pelo pavio, permitindo que a parte de cima da garrafa, onde fica a terra, esteja sempre húmida – é um sistema de auto-rega.

“Tentei abarcar aqui três conceitos-chave: a reciclagem, a questão de só fazer isto com sementes não tratadas e, claro, o design”, conta Anthony Carter ao P3. Há anos que Anthony e a família não compram prendas de Natal, optando por fazê-las em casa. Em 2011, uma versão com “um aspecto mais tosco” do My Little Garden fez sucesso e afigurou-se como uma oportunidade.

O projecto avançou, inicialmente, com cinco qualidades de ervas aromáticas: salsa, coentros, manjericão comum, manjericão vermelho e cebolinho. Nas próximas semanas, prevê conseguir lançar mais duas qualidades e está, também, em testes com outros tipos de ervas que não as aromáticas, como “um tipo de chá, flores comestíveis ou uma ornamental”.

Anthony não é responsável por todos os detalhes do processo de criação, envolve a comunidade de Leiria. Depois de recolher as garrafas de vidro em restaurantes da cidade, estas são lavadas por um grupo de escuteiros de Leiria, a quem paga à unidade. Uma vez que não possui o equipamento necessário para o corte e acabamento do vidro, entrega essa tarefa a uma empresa.

Para chegar ao público adepto da agricultura biológica, as sementes são certificadas como não tratadas por um fornecedor, também da região, que as embala com as etiquetas da marca. Anthony encarrega-se de colocar o substrato, a argila, o pavio e as instruções, completando o “kit” que custa 15 euros.

Minimizar o impacto ambiental

Lançado em Abril último, o My Little Garden está, ainda, “numa fase muito embrionária”, apesar de os “bottle kits” já se encontrarem à venda em algumas lojas em Leiria, Cascais e Lisboa, havendo negociações mais a Norte do país.

Anthony, que estudou Marketing e trabalha no departamento comercial de uma empresa de transportes, dedica-se apenas em “part-time” à criação dos “kits”. Em concepção estão outras ideias relacionadas com a produção de frescos, bem como a criação de um manual de instruções online.

“Aos 36 anos, acho que chegamos a uma fase da vida em que se tivermos oportunidade de fazer coisas que nos motivem, fica-nos melhor, assenta-nos melhor”, diz, justificando a aposta num projecto que rentabiliza o seu gosto pela horta e pelo desenvolvimento sustentável. “Se tivermos a iniciativa de produzir nem que seja 1 ou 2% daquilo que consumimos, em termos de frescos, o impacto ambiental é brutal, a nível global.”

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