Arquitectura: Japão conquista Leão de Ouro na Bienal

Projecto com curadoria de Toyo Ito foi distinguido com o Leão de Ouro na 13.ª Mostra Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza. Siza Vieira recebeu o Leão de Ouro de carreira

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Projecto japonês “Architecture, possible here? Home-for-All” arrecadou o principal galardão Tony Gentile/Reuters

O Leão de Ouro da 13.ª Mostra Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza foi atribuído ao projecto nacional do Japão, com curadoria de Toyo Ito, foi anunciado esta quarta-feira pela organização. Os prémios desta 13.ª edição da Bienal de Veneza dedicada à arquitectura foram anunciados e entregues durante a cerimónia que antecedeu a abertura oficial da mostra, dispersa por num percurso que vai dos Giardini ao Arsenal, em Veneza.

De acordo como o sítio “online” da Bienal, o Leão de Ouro, principal galardão do certame, foi atribuído ao projecto “Architecture, possible here? Home-for-All” (“Arquitectura, possível aqui? Casa para todos”), que tem curadoria de Toyo Ito e conta ainda com a participação dos comissários adjuntos Atsuko Sato, Tae Mori e de Kumiko Inui, Sou Fujimoto, Akihisa Hirata e Naoya Hatakeyama.

Na cerimónia, o arquitecto Toyo Ito dedicou o prémio às vítimas do tsunami que, no ano passado, provocou uma vasta destruição no país e mais de 26 mil mortos e desaparecidos. A comissária da representação portuguesa, arquitecta Inês Lobo, recebeu o Leão de Ouro de carreira em nome do arquitecto Álvaro Siza Vieira, que não pôde estar presente por se encontrar ainda em convalescença de uma queda que sofreu há poucos meses.

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Projecto teve curadoria de Toyo Ito DR

O júri desta 13.ª Mostra Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza foi presidido por Wiel Arets (Holanda) e composto por Kristin Feireiss (Alemanha), Robert A.M. Stern (EUA), Benedetta Tagliabue (Italia) e Alan Yentob (Grã-Bretanha). Na área dos projectos internacionais desta edição — com o título genérico “Common Ground” —, o Leão de Ouro foi atribuído a “Torre David/Gran Horizonte”, uma instalação criada pelos ateliers Urban-Think Tank e Justin McGuirk (Grã-Bretanha e Venezuela). O Leão de Prata — que visa distinguir um atelier de arquitetura que apresentou o projecto mais promissor — foi entregue aos Grafton Architects, de Yvonne Farrell e Shelley McNamara (Irlanda).

Na mostra deste ano, que reúne representações nacionais de 55 países e mais de uma centena de projectos internacionais, o júri decidiu ainda atribuir quatro menções especiais: às representações da Polónia, Rússia, EUA e Itália. O projecto da Polónia é comissariado por Hanna Wróblewska, com curadoria de Michal Libera, e o da Rússia é assinado por Grigory Revzin, Sergei Tchoban, Sergey Kuznetsov e Valeria Kashirina. O projecto dos EUA foi concebido por Design Actions for the Common Good, com curadoria de Cathy Lang Ho, Ned Cramer e David van der Leer, e o projecto da Itália foi criado pelo atelier milanês Cino Zucchi.

Nesta 13.ª edição dedicada à arquitectura, Angola participou pela primeira vez com “Beyond Entropy”, e Portugal levou “Lisbon Ground”, um projeto que envolve vários destacados arquitectos portugueses, como Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura, Francisco Aires Mateus, Gonçalo Byrne, João Luís Carrilho da Graça, Manuel Aires Mateus e Ricardo Bak Gordon.

A exposição da representação oficial portuguesa, intitulada “Lisbon Ground”, promovida pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), foi inaugurada na terça-feira, ao fim da tarde, no Palácio Fondaco Marcello, em Veneza. A 13.ª Mostra Internacional de Arquitectura da Bienal de Veneza vai estar patente até 25 de nNovembro.