A taxa de desemprego dos jovens com menos de 25 anos atingiu os 35,5 por cento no primeiro trimestre de 2012, segundo números divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este valor está sete décimas abaixo do que se registou no trimestre, 36,2 por cento, uma taxa que representava um máximo histórico para Portugal. Comparando com o segundo trimestre de 2011, contudo, houve uma subida de 8,5 pontos percentuais no desemprego jovem. A taxa de desemprego total no primeiro trimestre de 2012 atingiu um novo máximo, ao chegar aos 15 por cento.

Por outro lado, o número de desempregados no segundo trimestre deste ano reduziu-se entre trabalhadores com o ensino superior, mas aumentou substancialmente para quem só tem o ensino básico. Pela primeira vez desde que o INE tem registos, mais de um quinto da população empregada em Portugal tem um curso superior: no segundo trimestre deste ano, havia 949 mil trabalhadores empregados com um curso completo, o que equivale a 20,2 por cento do total da população empregada. 

108 mil licenciados no desemprego

Entre os licenciados, a taxa de desemprego continua a ser muito inferior à média: 10,2 por cento. Esta taxa é um ponto percentual inferior à do primeiro trimestre do ano, embora seja dois pontos mais alta do que a registada no segundo trimestre de 2011. Há 108 mil licenciados no desemprego - menos de um sétimo do total de desempregados (827 mil). O maior contingente de pessoas no desemprego tem apenas o ensino básico: 522 mil.

Segundo os números do INE, havia no segundo trimestre deste ano 149,7 mil jovens desempregados, mais de um terço do total do grupo etário entre os 15 e os 24 anos.

Os mais jovens são o grupo proporcionalmente mais afectado pelo desemprego. O grupo com a segunda taxa de desemprego mais alta é o dos jovens entre os 25 e os 34 anos: 17,6 por cento. Entre estes, a taxa subiu relativamente ao mês anterior. Alargando a definição de desemprego jovem dos 15 aos 34 anos, havia 385 mil jovens sem emprego em Portugal no segundo trimestre.

Grécia e Espanha no topo

Portugal foi visitado em Março por uma “equipa de acção” da Comissão Europeia destinada a estudar a forma de utilizar fundos comunitários para reduzir o desemprego jovem. Esta iniciativa foi lançada pelo presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso durante o Conselho Europeu de Janeiro, e visa reduzir o desemprego jovem nos oito países da União com taxas mais elevadas.

Na definição europeia da taxa de desemprego jovem, Grécia e Espanha têm as taxas mais altas, acima dos 50 por cento, e Portugal é o terceiro país com mais jovens desempregados.

O Governo e a ‘troika’ têm manifestado “grande preocupação” e surpresa com a evolução do desemprego. Depois de rever os seus métodos de cálculo, o Governo prevê que a taxa atinja uma média de 15,5 por cento para o total de 2012, subindo para 16 por cento em 2013.