Os jovens de países europeus onde a crise económica é mais acentuada estão a procurar estudar em lugares “mais estáveis” dentro da União Europeia. “O crescimento é mais dramático em Itália, Espanha, Portugal e Grécia, com um crescimento de mais de 150% no interesse” verificado, quando comparado com 2011.

Portugal ocupa o quarto lugar no Top de interesse manifestado por parte dos estudantes, com um aumento de 140% face a 2011. Em primeiro lugar está a Itália (181%), seguida da Grécia (162%) e de Espanha (156%).

De acordo com um estudo do StudyPortals — plataforma “online” financiada pela União Europeia onde os estudantes podem “encontrar e comparar as suas opções de estudo por todo o continente” — universidades de países “mais estáveis” do Norte e Ocidente europeu viram o número de candidaturas provenientes dos quatro países mediterrânicos crescer “de 33 para 100%, só no período de um ano”.

A correlação entre as perspectivas económicas dos estudantes nos países de origem e a intenção de estudar, e até trabalhar, em “economias com melhor desempenho económico” verifica-se de forma “quase perfeita.

A tabela que o StudyPortals apresenta não deixa dúvidas: no topo dos países com maior crescimento de interesse em opções de estudo no estrangeiro estão, também, aqueles com maior taxa de desemprego jovem em Maio de 2012, de acordo com dados do Eurostat (Portugal apresentava uma taxa de 35.8%).

O crescimento “veloz” do número de programas de mestrado leccionados em língua inglesa também potencia, de acordo com o estudo, o êxodo dos estudantes: em alguns países da Europa continental essa oferta cresceu de “560 em 2002 para 5.500 em 2012”.

A Holanda, por exemplo, oferece 1.104 licenciaturas e mestrados leccionados em inglês, logo seguida da Alemanha, com 890, e a Suécia, com 745. Portugal apenas tem 111 ciclos de estudos dados em língua inglesa.