Cinco perguntas à Mel dos Miuda

Mas afinal quem é esta miúda que faz o que quer e dorme com quem quiser? Telefonámos à Mel e descobrimos uma "menina liberal e sensível" que terá a sua grande estreia no Optimus Alive

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Esta é a primeira experiência profissional de Mel na música DR

"Com Quem Eu Quero" catapultou-os para as rádios e para a boca de muita gente. De facto, o EP, lançado este ano pela Optimus Discos, não poderia ter melhor cartão de visita. Os Miuda tocam a 13 de Julho no Palco Heineken e este será o primeiro grande concerto da banda e também de Mel, cara e voz do projecto, composto ainda por Pedro Puppe (OIOAI), Fred (Orelha Negra) e Tiago Bettencourt. 

“A” Miuda ou “os” Miuda? Com ou sem acento?

Os Miuda. Sem acento, por questões estéticas. No início ficamos na dúvida se deveria ser só “a” Miuda, mas é um conjunto de pessoas que realiza as músicas. Eu sou a cara e sou a voz e também tenho influência na forma como as músicas ficam.

Tudo começou mesmo a partir do "quilómetro 105 da auto-estrada rumo a Aljezur", como está na vossa apresentação?

Tudo começou em Aljezur, mas não sei bem se foi no quilómetro 105. Foi no restaurante L Colestrol, que fica à beira da estrada nacional. Foi lá que conheci o Puppe. Estávamos sentados na esplanada, era o aniversário do restaurante ou assim. Eu acho que ele olhou para mim e teve uma ideia de fazer qualquer coisa comigo, até falou dos Velvet Underground e da Nico. Mas era brincadeira, tanto que nem nos conhecíamos. Foi em 2008. Depois, quando fomos gravar a “Com Quem Eu Quero” para os Novos Talentos Fnac 2011 o Pedro chamou o Fred (Orelha Negra) e o Tiago Bettencourt, que era um amigo pessoal.

Estavas à espera de todo este burburinho em torno da “Com Quem Eu Quero”?

A “Com Quem Eu Quero” foi escolhida para single por causa dos motivos que todos sabemos. As outras músicas são diferentes, mas o EP basicamente fala das sensações universais que todo partilhamos. A minha primeira reacção à música foi normalíssima, não me chocou minimamente. Considero-a quase como um grito interior que às vezes devemos ter connosco mesmos. Temos de ser livres, temos de saber o que queremos, lutar por isso e ter a nossa liberdade. Vejo-a de uma forma mais geral. É provável que se fosse um rapaz a cantá-la as reacções seriam diferente. Pelos vistos o facto de ser uma mulher a dizer este tipo de coisas ainda choca as pessoas.

A Mel dos Miuda é diferente da Mel sem Miuda?

Pensei bastante nisso, mas não se encaixa. Sou sempre eu, a Mel, uma menina do campo — nasci “no monte” em Aljezur —, simples, que dá valor aos pequenos valores da vida, mas que também tem a sua profundidade a nível espiritual. Apesar de ser uma menina liberal que quer fazer o que lhe apetece (sem faltar ao respeito a ninguém), também sou uma menina sensível que gosta de ter o seu momento no sofá a pensar em si própria.

Este será o vosso primeiro grande concerto. E logo no Palco Heineken. Estás nervosa? O que se segue?

Eu ainda nem tenho noção de que tamanho aquilo é. Sinto-me bem em palco, mas eles têm todos experiência... eu é que não. Por um lado, envolve um bocadinho de medo, mas também é uma alegria, é uma adrenalina. Vamos tocar o EP inteiro mais umas musiquinhas novas. São músicas fixes e divertidas. No futuro... mais concertos, espero eu, esperamos todos. Possivelmente um disco, não é? Ainda não foi muito discutido, mas parece-me que sim. Andam aí ideias no ar.

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