Há vários meses que uma família austríaca “expulsou” o plástico de casa, especialmente embalagens, e tenta viver com as alternativas às substâncias sintéticas, em nome de um Ambiente menos tóxico.
Segundo contaram quarta-feira os Krautwaschl-Rabensteiner – um casal e três filhos – à revista "Der Spiegel", tudo começou com uma experiência de um mês, depois de umas férias na Croácia, em 2009. Sandra, 40 anos, fisioterapeuta, ficou surpreendida com a quantidade de vezes que os filhos lhe perguntavam de onde vinha o lixo que dava à costa. Quando regressaram à Áustria viram o documentário “Plastic Planet”, do realizador austríaco Werner Boote, sobre os efeitos tóxicos do plástico no Ambiente, e decidiram mudar o seu estilo de vida.
No livro publicado na Alemanha, “Plastikfreie Zone” (“Zona Livre de Plásticos”), a família conta como tentou tirar de casa todos os produtos de plástico e arranjar alternativas, nomeadamente escovas de dentes em madeira, embalagens de leite de vidro e sacos de papel.
Por uma vida "mais simples"
“Algumas pessoas pensam que vivemos agora na Idade da Pedra. Mas não é nada disso”, contou Sandra Krautwaschl-Rabensteiner à "Der Spiegel". “A vida tornou-se um pouco mais simples, mais calma e mais confortável.”
A experiência que deveria durar um mês prolongou-se. Mas a família não chegou ao “zero plástico”. Por exemplo, hoje ainda usam equipamentos electrónicos e capacetes de bicicleta que têm partes de plástico. Mas tentam comprar ao máximo produtos em segunda mão e partilham o carro com outra família. “Percebemos que não é possível fazer isto a 100%”, disse Sandra Krautwaschl-Rabensteiner. Ainda assim, com o tempo, conseguiram reduzir os resíduos de plástico “a quase nada”.
Em 2007, nos Estados Unidos, Colin Beavan, 43 anos, e a sua família fizeram uma experiência semelhante. Este escritor quis saber até que ponto é possível um cidadão chegar para fazer a diferença e reduzir a sua pegada ecológica.
Durante um ano, este norte-americano a viver no centro de Nova Iorque com a sua mulher, filha e cão, tentou não fazer lixo, só comer alimentos orgânicos produzidos localmente e não usar transportes movidos a combustíveis fósseis. O desafio "No Impact Man" transformou-se num projecto que hoje ajuda cerca de 40 mil pessoas a tomar decisões diárias mais sustentáveis.
"Estamos a destruir o planeta e não nos estamos a divertir com isso. Isso não nos faz felizes", simplifica. "Precisamos de mudanças a todos os níveis da sociedade. Como produzimos a nossa energia, quantas coisas compramos e como as usamos, no fundo, como vivemos", contou ao PÚBLICO no ano passado.