Do Brasil, vêm boas notícias para a ciência e tecnologia. Existem 100 mil bolsas para atribuir a estudantes e investigadores (preferencialmente brasileiros, incluindo os residentes em Portugal) que queiram desenvolver cursos de graduação, doutoramento, pós-doutoramento ou, então, programas de estágio ou de investigação.
As bolsas assumem diferentes modalidades. Uma delas contempla jovens cientistas em início de carreira. A duração da bolsa é de três anos, sendo que é dada prioridade a investigadores com nacionalidade brasileira. Mas nada impede que a ela se candidatem jovens cientistas portugueses que demonstrem mérito e capacidade.
Outra modalidade é a de Pesquisador Visitante Especial no Brasil, que abrange prioritariamente brasileiros radicados no exterior, mas também investigadores estrangeiros que demonstrem mérito e liderança científica. O objectivo é que 390 investigadores visitantes assumam o compromisso de visitar o Brasil com uma regularidade definida: dois meses por ano, ao longo de três anos. E que também recebam e treinem jovens brasileiros no exterior. Em troca, recebem dinheiro para as viagens e projectos de investigação.
Impulsionar a ciência no Brasil
A economia brasileira, que tem vindo a crescer consideravelmente nos últimos anos, continua constrangida em termos científicos e tecnológicos — o que lhe dá apenas o 47.º lugar no ranking mundial de inovação. Para colmatar o problema, o programa Ciência sem Fronteiras, lançado recentemente por Dilma Rousseff em junção com o Conselho de Desenvolvimento Económico e Social, está desenhado para impulsionar o país na área da investigação científica e tecnológica.
Com esta iniciativa, vai haver mais estudantes brasileiros a receber formação em instituições estrangeiras de renome, formação que depois vai ser aplicada no país de origem onde se pretende que seja construída uma nova geração de pensamento educacional, numa lógica de desenvolvimento sustentável neste domínio.
O projecto, que se vai estender até 2014, prevê um investimento 3,16 mil milhões de reais e, de acordo com o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, a prioridade são áreas como as de engenharia, ciências exactas, biológicas e da saúde, às que se acrescentam a da computação e tecnologia da informação.
Os contemplados têm o privilégio de formação nas mais bem classificadas instituições do mundo, segundo os "rankings" da Times Higher Education e QS World University Rankings.