CRISIS venceram a grande final do Festival Termómetro

Apesar de alguns percalços iniciais com o som, a banda portuense arrecadou o primeiro lugar na 17º edição do Festival de Alvim

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Lara Jacinto/nFactos

Felipe Limirio, 21 anos, distinguia-se entre as cerca de 150 pessoas que saíram de casa para assistir ao concerto das seis bandas finalistas da 17ª edição do Festival Termómetro, que elegeu, na noite de sábado, a banda CRISIS como grande vencedora do ano. O seu corpo movia-se ritmado ao som da música dos “Salto”, a banda que ficou em segundo lugar na edição anterior deste festival.

O frio que se fazia sentir parecia estar esquecido, sobretudo quando ao palco subiu Alex D’Alva Teixeira, um afro descendente que depressa animou a sala com “Homologação” e que foi premiado com um segundo lugar mais tarde. Nesta altura, já Felipe rodava o pescoço a 180 graus, ora para a esquerda, ora para a direita, em movimentos tão rápidos quanto descontrolados. Talvez fosse uma estratégia para aquecer.

O termómetro marcava dois graus positivos mas a Sala 114, no Porto, ia-se compondo pouco a pouco. “O bilhete é barato”, diz Felipe, enquanto as amigas rapidamente o corrigiam com “acessível”. Dez euros foi o preço cobrado à entrada e, na verdade, sentia-se a austeridade com uma sala longe de estar lotada. Mas Felipe corroborava o que tinha dito: “No Brasil pagamos entre 50 a 60 reais [cerca de 20 euros] para um bom lugar”.

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CRISIS foram os vencedores da 17ª edição do Festival Termómetro Lara Jacinto/nFactos

Alex D’Alva Teixeira seguiram-se os Matiti e Mama Gali, da Bélgica. O registo, incomparavelmente mais calmo que o da banda anterior, fez com que Felipe se sentasse no chão num local onde se sentia o odor da substância que Dhar Mann quer comercializar… para fins medicinais, claro. Felipe não fumava “cannabis”, nem queria. Mas, entretanto, admitiu: “Se isto estiver muito mau dou o escândalo para minha irmã me vir buscar”.

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Em segundo lugar ficou Alex d'Alva Teixeira Lara Jacinto/nFactos

CRISIS foram os terceiros finalistas a actuar

Terminadas as quatro músicas da banda belga, sobem ao palco aqueles que horas depois foram aclamados os grandes vencedores da edição de 2012, os CRISIS. Os ponteiros do relógio marcavam as 02h25 e o do termómetro baixara um grau.

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Gravação de cd e videoclip fazem parte do prémio do Festival Termómetro Lara Jacinto/nFactos

Inicialmente, os ruídos finos e estridentes pareciam não querer colaborar com a banda portuense, mas Sofia Magalhães, a vocalista, não desanimou. Passado o contratempo, a Sala 114 voltava novamente a vibrar ao som de um electro impreciso. Felipe, após a actuação, afirmava que esta tinha sido a melhor banda até ao momento: “Nossa, sem palavras, espectacular”, dizia feliz.

Entrevistados os vencedores, pedimos-lhe três adjectivos que os definissem. Jack Diamond, um dos três elementos da banda, foi tão preciso quanto conseguiu: “Jesus, CRISIS, Superstar”.

A noite já ia longa quando actuaram os Stand Up Against Heart Crime. Depois do vocalista, Josep Xorto, de 27 anos, cair nas escadas, foi a vez do baixista destruir a guitarra, ao que se justificou: “Aquilo não correu nada bem, não estávamos em sintonia”.

"Oportunidade” para bandas emergentes

O Festival Termómetro é tido para todas as bandas a concurso como “uma óptima oportunidade de promoção”, disse ao P3 Fernando Alvim, apesar de admitir que a noite ficou “aquém das expectativas”. Frio e atrasos foram os maiores inconvenientes. Felipe, no entanto, acabou por “não dar o escândalo”, mantendo-se quase até nascer o dia.

A banda vencedora é agora contemplada com a gravação e edição de um CD com quatro temas originais, com a rodagem de um videoclip e de uma sessão fotográfica profissional e, ainda, com uma viagem a Londres.

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