“Gesto” não discrimina: é o primeiro filme para surdos e ouvintes
A digressão nacional do documentário, inspirado na vida real de um jovem surdo, começa esta quarta-feira, no Cine-teatro Avenida, em Castelo Branco
Casa língua gestual com a oralidade. O mais recente documentário de António Borges Correia, produzido pela Zulfilmes, inspira-se na vida real de António Coelho, um jovem de 18 anos que sofre de surdez profunda. Chama-se “Gesto” e “é o primeiro filme simultaneamente para surdos e ouvintes em Portugal e no mundo”, garante o produtor Fernando Centeio. A digressão nacional terá início esta quarta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2012, no Cine-teatro Avenida, em Castelo Branco.
Um restaurante cheio e muito barulho. Num sítio onde todos falam e poucos se entendem há um casal que comunica perfeitamente... em línguagem gestual. Foi esta a cena real que inspirou António Borges Correia, o realizador.
“Gesto” foi rodado em Maio de 2011 e retrata o sonho de António, aluno do Instituto Jacob Rodrigues Pereira: sair do país para estudar cinema e ser realizador profissional. No entanto, vive, ao mesmo tempo, o seu primeiro amor com Irina Pereira, uma jovem igualmente surda que não percebe a motivação do namorado.
Documentário premiado
O documentário foi apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian a 20 de Setembro de 2011 no âmbito da Semana Internacional dos Surdos e estreou mais tarde no DocLisboa, a 23 de Outubro. Entretanto já foi premiado com o Galardão da Inclusão na II Gala da Inclusão (2011) do Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Instituto Politécnico de Leiria, na categoria de Media.
Neste momento, a Zulfilmes aguarda a selecção do documentário no festival Documenta Madrid e no IndieLisboa. A produtora tem como objectivo fazer deste o filme português mais visto do ano: “30 a 40 mil espectadores seria óptimo”, refere Fernando Centeio ao P3. “Gesto” conta ainda com as participações especiais de Adriano Luz, Alexandra Lencastre e José Raposo.