A “grande novidade” entre as 35 medidas propostas é aquilo que o líder da JSD, Duarte Marques, apelida de “contrato de confiança”, um contrato de primeiro emprego. Com “menos garantias” e “mais desafios”, garante a contratação de jovens recém-licenciados mediante um salário que será o dobro do mínimo.
O líder da jota sublinha que é um “contrato diferente para pessoas que procuram a sua oportunidade”, estabelecendo um “conjunto de premissas” com a entidade empregadora, que beneficia de mais flexibilidade. As propostas apresentadas pela juventude social-democrata assentam em três eixos fundamentais: a criação de emprego, a internacionalização de empresas, e a mais-valia na contratação de jovens.
O deputado considera que o acordo de concertação social foi um “passo brutal” para o país, por ser a primeira vez que “gerações em conjunto tomam uma decisão que retira um bocadinho aos mais velhos para dar um bocadinho aos mais novos”. “É necessário que as gerações mais velhas abdiquem de alguns direitos”, declara.
Duarte Marques acredita que “estas medidas vão ajudar a aliviar o desemprego jovem” e defende que “é preciso que todos remem para o mesmo lado e tenhamos alguma sorte”. “Sobretudo é uma questão de fé e de acreditar que é possível”, afirma.
Erasmus Export
Para promover a internacionalização, a JSD propõe a adaptação do programa de estágios profissionais INOV Contacto às embaixadas INOV Embassy, colocando “'pivots' de exportação em mercados não habituais”. Já o programa de intercâmbios Erasmus pode ajudar a promover a exportação – com a criação do Erasmus Export.
O deputado propõe que cada estudante leve, no seu período de intercâmbio, “uma marca associada de uma empresa portuguesa” para o estrangeiro e ajude a “criar negócio”. Quanto aos estágios, é contra a obrigatoriedade de serem remunerados, porque “a obrigação faz com que muita gente nem sequer estágio tenha”.
A ideia da JSD é majorar fiscalmente as empresas que paguem os estágios, ou seja, fazer com que beneficiem de uma “mais-valia fiscal”. Ainda nas propostas, através do programa Move Work, a JSD propõe a possibilidade de contratação de um jovem por várias empresas, uma espécie de regime "freelance".
O deputado declara que esta opção vai “criar um emprego novo”, ao invés de promover a precariedade, fazendo com que um conjunto de empresas que necessitam do mesmo serviço – em regime de "part-time" – se unam na altura de contratar e de pagar um salário.