O ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, vai receber hoje, segunda-feira, os parceiros sociais para debater soluções para os jovens desempregados, cuja taxa ultrapassava, no final do ano passado, os 35%.
A taxa de desemprego dos 15 aos 24 anos atingia os 35,4% no final de 2011, segundo números divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam que houve uma subida significativa no quarto trimestre de 2011, chegando aos 14%, mas o aumento foi ainda mais expressivo entre os mais jovens.
No segundo trimestre de 2011, o desemprego jovem estava nos 27%; no terceiro, passou para 30%; no quarto, deu um ‘salto’ de mais de cinco pontos percentuais, para 35,4%, o que significa que há agora, segundo os números do INE, 156 mil jovens desempregados, mais de um terço do total deste grupo etário.
12 secretários de Estado na comissão
É com este pano de fundo que o ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares reunirá com os parceiros sociais, no âmbito do novo cargo de coordenador da Comissão Interministerial de Criação de Emprego e Formação Jovem. A Comissão Interministerial integra 12 secretários de Estado, nomeadamente o do Emprego, o da Administração Pública e o dos Assuntos Europeus.
De acordo com um comunicado do gabinete do ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, o Governo “compromete-se a apresentar medidas concretas para combater o desemprego jovem”. Portugal receberá nas próximas semanas a visita de uma “equipa de acção” da Comissão Europeia destinada a estudar a forma de utilizar fundos comunitários para reduzir o desemprego jovem.
Esta iniciativa foi lançada pelo presidente da Comissão, José Manuel Durão Barroso, durante o Conselho Europeu de Janeiro, e visa reduzir o desemprego jovem nos oito países da União com taxas mais elevadas. Na definição europeia da taxa de desemprego jovem, Grécia e Espanha têm as taxas mais altas, quase nos 50%, e Portugal é o terceiro país com mais jovens desempregados, acima dos 35%.
A Comissão liderada por Miguel Relvas deverá “enquadrar as políticas de juventude de uma forma global e articulada” e agilizar os mecanismos de apoio às PME, ao nível de fundos da União Europeia, de modo a “aumentar as oportunidades de emprego para os jovens”.