Os melhores zines de 2011
O P3 só chegou em Setembro, por isso pedimos aos especialistas para escolherem o melhor de 2011. A Chili com Carne foi à sua pilha e escolheu cinco
“Abria-te a cona toda”, v/a
É o fanzine mais underground de sempre. Desentendimentos, paranoia, oportunismo, drogas, ameaças judiciais e muita pornografia hardcore. A edição junta autores disfarçados de fantásticos pseudónimos. The Milky Way, Jucifer Hot Pussy, Brunão, Piça da Aldeia, Boca Doce, Alex, Ramon Jamon, Anita Galdéria, Gouveia Holmes, Benvindo Fonseca e um checo anónimo (desenhos encontrados num quarto em Praga).
“O morto saiu à rua”, Bruno Borges
O autor deste blogue já não engana ninguém. Traço simples, minimalismo a preto e branco, visão complexa da realidade. Bruno Borges não está só sentado no bar Estádio (“Aforismos do Estádio”) nem a tentar trepar pelo “Buraco”. Em 2011 a sua mão invisível saiu à rua.
“Lodaçal Comix”, v/a, edição Ruru Comix
O melhor do Porto (aliás do Rudolfo) é o seu zine que vai agora no quarto número. Um excelente trabalho que merece todos os elogios possíveis. Não sei se o título apareceu para retratar a cena da BD portuguesa e a falta de expectativas que esta área comporta a nível social, económico, profissional e artístico. Mas se todos os autores fossem empreendedores e abertos como o jovem Rudolfo, a cena seria um continente.
“Famous Tumours”, Jaime Raposo, edição Discordian Ink
A ideia é colocar gente pública no meio de uma escatalogia semi-mutante. O resultado é mais do que conseguido pelo virtuosismo de Jaime Raposo —escapa-me em parte porque não tenho televisão há nove anos e como tal há muita gente importante que não faço mínima ideia quem seja.
“Headbanger”, David Campos, edição Paracetamol
Tem capas de papel colorido à escolha do freguês. E recolhe uma série de ilustrações do autor em companhia de personagens de Hollywood (E.T., Robocop, Alien...). A minha favorita é o David com personagens do Planeta dos Macacos e com o Cristo-Rei de Almada como pano de fundo.