As 11 canções de 2011

O Bodyspace olhou para o ano que passou e decidiu fazer o balanço – nunca definitivo, nunca fechado – do que representou 2011 em termos de canções. Aqui ficam as 11 que melhor representam o ano

Destroyer
Fotogaleria
Destroyer
Tang Yau Hoong/Flickr
Fotogaleria
Tang Yau Hoong/Flickr
Azealia Banks
Fotogaleria
Azealia Banks

Bon Iver - "Perth"

Bon Iver é um falso. Quer fazer crer que tudo isto é muito simples, que erguer canções destas é uma coisa que se faz entre o pequeno-almoço e meter uma máquina de roupa. Mas não é. Fazer canções tão grandes com tão pouco, em tempos de austeridade, devia dar-lhe um lugar num ministério qualquer. (André Gomes)

Foto
Bon Iver

Rapture - "It Takes Time to a Be a Man"

Foto
Pega Monstro

Não sei o que é ser homem, talvez um dia venha a saber, mas acho que a ficção, as cantigas, os podcasts, e o caraças me ensinaram que isso demora tempo. Claro que há quem nunca aprenda, não haja dúvidas disso, mas se der para ser ao som deste "loop" de piano acho que se torna tudo mais fácil. (Rodrigo Nogueira)

Pega Monstro – "Paredes de Coura"

Se este rebuçado viral não contaminar o espaço festivaleiro com a sua "joie de vivre" e substituir os chatos e mastronços gritos "Oh Elsa" no parque de campismo é sinal de que Deus não existe e o mundo devia fazer "reset". (Paulo Cecílio)

Panda Bear - "Benfica"

"Tomboy" termina em apoteose desportiva, com uma faixa dedicada ao Glorioso. Nela canta-se o valor da vitória e ouvem-se os adeptos, puxando pela equipa em uníssono, numa imensa onda que varre as bancadas de lés-a-lés. Sente-se a ambição pela vitória, inscrita nos genes do Clube. (Hugo Rocha Pereira)

Chico Buarque – "Barafunda"

Música sobre uma memória baralhada, misturando Garrincha, Cartola, Barbarella e Pelé - “gravei na memória, mas perdi a senha”. O embrulho musical ganha a forma de um samba sofisticado, trabalhado por um acompanhamento instrumental sóbrio mas altamente eficaz. (Nuno Catarino)

Azealia Banks - "212" 

"212" (Nova Iorque, para quem não sabe) é o sermão de alta velocidade ao qual não nos escapa uma palavra, e que faz temer as consequências de sequer pensarmos em enfrentar esta rapariga. O olho da tempestade de 2011! (Nuno Proença)

Liturgy - "Glory Bronze"

Em "Renihilation" tínhamos a abertura avassaladora de "Pagan Dawn", no segundo álbum a coisa demora a aquecer, mas ao fim de sete canções atinge um ponto inalcançado até ali na carreira destes rapazes (um deles é filho do compositor Kyle Gann): um ponto de beleza extrema, incomparável ao resto. (Tiago Dias)

Shawn Lee´s Ping Pong Orchestra (ft. Cava) - "Mi Ilusion"

Este lindíssimo tema é mais um exemplo do que "World Of Funk" tem para oferecer: enquanto recupera as linguagens clássicas da soul (com toda aquela força interior que os sentimentos mais puros geram) até à dinâmica do colectivo (que além de saber o que faz com inegável genuinidade) chegando mesmo à inspiração de terceiros que assim descobrem reformadas formas de prazer, novos significados para adjectivos que se conjugam com o verbo amar. (Rafael Santos)

T.O.K. ft Sleepy Hallowtips - "Heroin Needle"

Habitando no lado mais negro do dancehall (como seria previsível pelo título) “Heroin Needle” é tão suja e perigosa quanto a droga que lhe dá nome, com as estaladas de cordas a potenciar toda uma ameaça que pulsa na percussão e encontra a réplica desejada nas vozes cavernosas dos T.O.K.. (Bruno Silva)

Destroyer - "Suicide Demo For Kara Walker"

“Suicide Demo For Kara Walker” foi o tema que mais me apaixonou em 2011, e vai continuar a deixar-me pasmado. Assim se arranja uma companhia para a vida... (Simão Martins)

John Maus – "Believer"

A canção “hino para cantar de pé e em conjunto” do ano. A tese 12 de Badiou em canção – “Non-imperial art must be as rigorous as a mathematical demonstration, as surprising as an ambush in the night, and as elevated as a star”. Porque não? É só acreditar. (Nuno Leal)

artigo completo está no Bodyspace.

Sugerir correcção
Comentar