“É esta a cidade onde quero viver?”. Foi esta a pergunta que os autores do blogue “Lisboa SOS” colocaram a si mesmos e aos cidadãos quando criaram a plataforma. Um agregador de cidadãos que envia “denúncias, queixas e louvores”, explica um dos autores, que prefere manter o anonimato porque “o blogue é de todos”. O trabalho é levado tão a sério que os autores do “Lisboa SOS” acreditam mesmo que, se se candidatassem à presidência da Câmara Municipal de Lisboa “ganhavam na hora”.
Querem “mostrar que Lisboa podia ser a capital europeia com maior qualidade de vida”. Podia, dizem eles, mas não é porque “degradou-se e perdeu valor patrimonial, histórico e vivencial”.
O fundo preto leva os leitores a tomá-lo como um blogue “sério, sóbrio” e a forte presença de imagens tornam-no atractivo para qualquer cibernauta. A barra lateral direita, carregada de sugestões culturais, iniciativas, fotografias de protestos, manifestações, arte e pessoas faz com que Diana Bernardes, “voluntária feliz”, ache “muita piada ao 'site'”.
“Lisboa é de todos? Este blogue também”
Maria João Oliveira conhece o blogue, mas confessa que não acompanha. Diz que falta “alguma contenção”, para logo a seguir se explicar: “Aborda questões interessantes, mas também cai no exagero em muitas situações. Só porque temos oportunidade de falar não quer dizer que possamos dizer tudo”.
Para Maria João, é necessário “ver sempre os dois lados da moeda” e considera mesmo que, por vezes, o blogue chega a ser “agressivo”. Mas também elogia algumas coisas. “Gosto especialmente dos exemplos que mostram de cidades estrangeiras”.
Catarina Torres conheceu o blogue através do Facebook. Os autores dizem que o blogue nasceu antes, mas que a rede social ajudou-o a ter mais visibilidade. Garantem não estar obcecados com as estatísticas, só querem captar novos leitores e incitar à mobilização dos cidadãos. “Acções a nível local, de rua, de bairro, de quarteirão. Os lisboetas têm de perceber que são eles que fazem a cidade que querem”, afirmam.
O Lisboa SOS considera que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) tem muitos defeitos, mas admite que há muitos cidadãos que não fazem a sua parte e que, por isso, “a CML não pode fazer o que os lisboetas não fazem por desleixo ou incúria”.
Os autores garantem que já estão na rua e que esta é uma plataforma “sem sectarismos, sem discriminações, sem ideologias ou orientações”. “Lisboa é de todos? Este blogue também”, rematam.