Na Síria também o futebol resiste

Os estádios estão vazios, mas a bola voltou a rolar. Apesar da conturbada situação política e social do país, o campeonato sírio recomeçou e há um português que admite regressar a Damasco

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Há um português que admite regressar a Damasco DR
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Perto de 4000 mortos, muitos milhares de feridos e cerca de 30 mil prisioneiros políticos. Os números do balanço provisório de oito meses de manifestações e revolta na Síria contra o regime de Bashar al Assad e seu partido Baath são sintomáticos sobre o caos que se vive neste país árabe.

Impulsionados pela "Primavera Árabe", muitos sírios saíram para as ruas exigindo democracia e liberdade, mas a resposta do presidente Bashar al Assad surgiu em forma de repressão e violência. Com as sanções impostas pela União Europeia e Estados Unidos, Damasco, capital do país, encontra-se isolada e os problemas aumentam de dia para dia.

Bombardeamentos, tiroteios e pilhagens fazem parte das rotinas diárias dos cidadãos sírios, mas o caos não colocou um travão ao futebol.

Suspenso em Abril, o campeonato de futebol regressou agora à (aparente) normalidade para os 14 clubes que fazem parte da Liga síria. No entanto, há um pormenor que não esconde a realidade de um país que se encontra à beira de uma guerra civil: agora as bancadas encontram-se vazias.

Rui Almeida admite voltar

Apesar da instabilidade que se vive na Síria, há um português que admite voltar. Rui Almeida chegou a Damasco em Setembro de 2010 para liderar a selecção sub-23 síria, mas o contrato de um ano foi interrompido após o início dos protestos. No entanto, o excelente trabalho do treinador português levou a federação daquele país a endereçar este mês um novo convite a Rui Almeida para retomar os comandos da equipa de sub-23 que vai tentar a qualificação para os Jogos Olímpicos de Londres, no próximo ano.

Em declarações à sua assessoria de comunicação e imagem, Rui Almeida afirma que “ainda está tudo numa fase inicial” e confirma que existe “um convite formal” para voltar a assumir o comando técnico da selecção olímpica. As negociações, confessa, serão complexas: “Não é apenas um problema financeiro e não foi por razões financeiras que não renovei.

Há um conjunto de condições que a anterior direcção da federação não conseguiu dar-me e espero que esta consiga. Se regressar à Síria faço-o com o objectivo bem definido de lutar pelo apuramento para os Jogos Olímpicos.” Entretanto, com ou sem Rui Almeida, a bola na Síria continua a rolar. Com a bênção de Bashar al Assad.

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