As fotografias simples e complexas de Thomas Struth

O fotógrafo alemão exibe pela primeira vez o seu trabalho em Portugal. Até 29 de Janeiro em Serralves, no Porto

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Hermitage 5, St Petersburg (2005) Thomas Struth

O Museu de Serralves revela a exposição "Thomas Struth: Fotografias 1978-2010". O fotógrafo alemão exibe pela primeira vez o seu trabalho em Portugal, com uma mostra completa e complexa, como o seu próprio trabalho.

A obra de Struth, de 54 anos, é muita vezes descrita como uma "viagem à volta do mundo". São vários locais e diferentes épocas que, apesar de se aproximarem, parecem bem distantes — este ano foi contratado pela National Portrait Gallery, do Reino Unido, para fotografar a rainha Isabel II e o Duque de Edimburgo.

O facto de ter nascido durante a Guerra Fria, em plena separação da Alemanha, afectou o seu trabalho. "Vivi diversas situações complexas que se refletem nas imagens", admite, principalmente nos retratos citadinos. Os seus primeiros trabalho espelham cidades desertas fotografadas a preto e branco que mostram a diversidade e as mudanças.

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Crosby Street, New York, Soho (1978) Thomas Struth

Nos anos 80 esteve entre a psicologia humana e os retratos de família. Aventurou-se nas "selvas urbanas" e não deixou de se dedicar a fotografar grandes catedrais, como é o caso de Notre Dame, em Paris, e florestas, no Brasil ou no Peru.

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The Ayvar Family, Lima, Peru (2005) Thomas Struth

Inovações tecnológicas e construções, como a Space Shuttle, ou estaleiros completam os mais recentes anos da sua carreira. Para o artista, o realismo é importante, como está retratado na fotografia Las Vegas 1. "Há coisas que queremos saber e outras que desejamos não querer saber. [As casas] ali parecem mais reais que o edifício", explica.

"O que estou a fazer da minha vida?"

O fotógrafo condensa, em muitas das suas fotografias, questões de uma vida. "Quando temos 40, 50, 60 [anos] pensamos: o que estou a fazer da minha vida? O que é que os meus pais fizeram?".

Segundo James Lingwood, comissário da exposição, o trabalho de Struth é uma viagem ao passado e ao futuro e um passeio pelo presente. "O Museu de Serralves revela-se ideal para isso, pela própria constituição das salas", diz.

Acrescenta ainda que cada fotografia de Thomas Struth pertence a uma família de fotografias e que "isso é mais perceptível nas imagens das cidades, em que se percebe que o fotógrafo está sozinho numa rua deserta. É algo metódico. A abordagem fotográfica não é pré-concebida".

A exposição está patente no Museu de Serralves até 29 de Janeiro de 2012 e resulta de uma parceria entre os museus Kunsthaus de Zurique, Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen de Dusseldorf e Whitechapel Gallery de Londres.

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