Investigadores dinamarqueses concluíram que não há uma ligação entre o uso de telemóveis e o aparecimento de cancros no cérebro. A hipótese de os telemóveis poderem provocar cancro é debatida há vários anos, especialmente depois de estes aparelhos se terem popularizado em todo o mundo.
O estudo levado a cabo pelo Instituto de Epidemiologia do Cancro, na Dinamarca, acompanhou mais de 350 mil utilizadores de telemóveis durante um período de 18 anos.
O estudo dinamarquês - que foi construído a partir de pesquisas prévias com resultados já publicados mas fazendo uma actualização cuidada - concluiu não haver diferenças significativas na taxa de cancros no cérebro ou no sistema nervoso central entre aqueles que usavam telemóveis e entre aqueles não os usavam.
Ou seja: os investigadores concluíram que os utilizadores de telemóveis não tinham mais hipóteses de desenvolver cancros do que qualquer outra pessoa.
Mesmo entre aqueles que usavam telemóveis há mais tempo - há 13 anos ou mais - o risco não era mais elevado, concluíram os investigadores.
Limitações do estudo
Os cientistas aceitam, porém, que há algumas limitações a este estudo, nomeadamente o facto de terem excluído pessoas que têm assinaturas empresariais, ou seja, pessoas que usam o telemóvel para fins de trabalho e que se contarão entre as que mais tempo usam o telemóvel durante o dia.
Hazel Nunn, do Cancer Research UK, indicou à BBC que estes resultados são "a prova mais forte, até ao momento, que o uso de telemóvel não parece fazer aumentar o risco de cancros no cérebro e no sistema nervoso central nos adultos".
Os resultados deste estudo foram publicados no site do British Medical Journal e estão em linha com os mais recentes estudos feitos a partir da mesma hipótese.
Mas também tem havido alguma investigação que, paralelamente, tem lançado dúvidas sobre a segurança dos telemóveis, o que fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertasse para a possibilidade de estes aparelhos terem potencial cancerígeno.
Ao fazer isso, aquilo que a OMS fez foi dizer que, apesar de não poder provar a ligação entre uso de telemóveis e cancro, também não podia excluir a existência de uma ligação entre as duas coisas.