A Nova Zelândia e a Austrália deram o tiro de partida aos protestos esperados para hoje, sábado, em mais de 900 cidades em 85 países. Milhares de pessoas pediram uma mudança democrática global e contestaram a sujeição da sociedade ao poder financeiro.
Várias centenas de pessoas desfilaram na principal avenida de Auckland, a maior cidade neozelandesa, juntando-se a uma concentração na praça da cidade onde três mil pessoas cantavam e tocavam tambores, noticia esta manhã a agência Reuters. As palavras eram de denúncia contra a ganância das empresas. Em Wellington juntaram-se 200 pessoas e em Christchurch outras 50.
Na Austrália, cerca de duas mil pessoas saíram às ruas de Sidney. Entre elas estavam representantes de grupos aborígenes e sindicalistas que protestaram junto ao Banco Central da Austrália. "Penso que as pessoas querem uma verdadeira democracia", disse Nick Carson, porta-voz da organização Occupy Melbourne. Cerca de mil pessoas reuniram-se nesta cidade australiana. "Elas não querem que as empresas influenciem os seus políticos. Querem que os seus políticos sejam responsáveis", acrescentou.
O Japão também já começou o protesto. Centenas de pessoas desfilaram em Tóquio, incluindo manifestantes contra o nuclear.
A pouco e pouco, o movimento começa a acordar. Dezenas de pessoas saíram às ruas em Manila (Filipinas) e passaram pela embaixada norte-americana, erguendo faixas onde se lia: "Abaixo com o imperialismo norte-americano" e "As Filipinas não estão à venda".
Em Taiwan, mais de cem pessoas reuniram-se em Taipé, junto ao edifício da Bolsa, cantando "somos os 99% de Taiwan" e lembrando que o crescimento económico só tem beneficiado as empresas, enquanto a classe média vê os seus salários baixar.
Este é só o início de um dia que vai levar os protestos a mais de 900 cidades, entre elas Nova Iorque, Jacarta, Buenos Aires, São Paulo, Vancouver, Jerusalém, Cidade do México, Cairo, Rabat, Londres, Paris, Atenas, Berlim, Roma e Lisboa. As manifestações no âmbito do movimento 15O - cujo lema é "Juntos, por uma mudança global" - vão acontecer contra a crise, contra os mercados financeiros, contra a incapacidade de o poder político encontrar uma resposta para os problemas.