Movimento quer separar poder político do poder económico

Occupy Wall Street: a alternativa ao poder somos nós, os cidadãos

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Occupy Wall Street vai na quarta semana Reuters/Shannon Stapleton

A revista "The Economist" terminava um artigo recente sobre o Occupy Wall Street a dizer que, “para trazer mudanças reais numa democracia real, também é necessário fazer política a sério.

É só preciso trabalho – e pessoas suficientes que pensem da mesma forma.” Mas uma reportagem do "El País" em Zuccoti Park, na baixa de Manhattan, onde o movimento está sediado, mostra como as ideias estão efervescentes e como os manifestantes não se identificam com a política bipartidária do país.

“Barack Obama era o mais preparado, o mais inteligente e o mais bonito… e não fez nada do que prometeu. Somos benevolentes e digamos que os Republicanos não o deixaram. Não importa. Só demonstra que votar e ir para casa e esperar que os políticos resolvam a nossa vida não funciona. Por isso há que valorizar o movimento político Occupy Wall Street. A alternativa ao poder somos nós, os cidadãos”, disse Antonio, um espanhol que vive há mais de uma década em Nova Iorque, e que preferiu não dizer o segundo nome.

“O movimento aspira a separar o poder político do poder económico, como se separou há séculos o religioso do político. Desde já, pedimos propostas concretas, uma obsessão que corre paralela com a falta de exigência dos políticos”, explicou. E o movimento conta com todos, sindicatos, estrelas do espectáculo, políticos, desde que aceitem as regras de que ninguém é maior do que ninguém.

O futuro?

Carne Ross, diplomata com cerca de 50 anos, que em 2004 rejeitou um posto na ONU, quando os Estados Unidos entraram no Iraque, faz parte do movimento. “Quem afirma que só há um punhado de idealistas não tem nenhuma ideia do que se está a passar. Ali está a construir-se o futuro, a cada tarde, com a voz e a participação de todos. Sei que custa entender quando se viveu acreditando que a democracia dos partidos é a melhor forma possível de governo. Mas somos os que deixámos de acreditar no voto e que procuramos novos caminhos através da participação dos cidadãos”, disse o diplomata ao "El país", que hoje dirige a organização Independent Diplomat, que faz assessoria diplomática a grupos como a Frente Polisario.

Um dos objectivos actuais de Ross é criar um sistema bancário alternativo. “O actual está na raiz da crise económica e é necessário um diferente. Queremos criar formas participativas de gerir o dinheiro e a política e, por isso, estamos a compilar propostas, como a dos bancos-cooperativa.”

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