São como peças arquitectónicas em pequena escala, uma espécie de reflexo da formação de Rui Grazina, o arquitecto, no trabalho de Grazina, o designer. As peças que desenha são uma espécie de edifícios feitos em blocos onde o cubo é protagonista. A mais recente criação é RG03b e segue a tendência das últimas: tornar as peças cada vez mais pequenas.
É um cubo que é um porta jóias, concebido em madeira e inspirado nas caixas de segredo japonesas (tal como a primeira peça da sequência, a RG03a), com as dimensões de 76X76X76 mm. A linha seguida nas casas japonesas - “em vez de dar protagonismo ao objecto iluminando-o mais, dá-se protagonismo iluminando-o menos” – é o que o autor procura fazer nesta peça.
O trabalho de Rui Grazina traz subjacente um conceito de “jogo” que lhe agrada particularmente. Para o autor, as peças não são objectos fechados, estão abertas à interpretação e exploração dos usuários: “Não há a reverência de olhar para um objecto e não poder tocar. Ter um input do outro lado interessa-me”, explica.
Editado pela Bags of Books
A sequência de peças que começou a criar a partir de 2001 – desde a RG01 até à RG05 – obedece sempre a esse princípio. E essa característica, admite, é também uma influência da formação base como arquitecto, licenciado na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1997. O que é que o design tem que a arquitectura não lhe ofereceu? “Velocidade”, atira. “A arquitectura tem o lado fantástico de ficar, mas demora imenso tempo, no design vemos as coisas a crescer muito rapidamente”.
No início de 2011, a editora Bags of Books, que trabalha com livros infantis, vai inaugurar uma área de arquitectura, design e fotografia com um livro de Rui Grazina, que expõe a sua obra e explica influências e inspirações. Este ano, o autor também expôs na secção "Talents" da Feira Ambiente, em Frankfurt. O trabalho de Rui Grazina já foi exibido na 100% Design, em Londres, no FAD, em Barcelona, no Design+, em Lisboa e esteve presente na semana do design no Rio de Janeiro.