As autoridades norte-americanas anunciaram a detenção de George Wright, um dos homens mais procurados nos Estados Unidos, que conseguiu evadir-se de um estabelecimento prisional em Nova Jérsia, há mais de 41 anos. O fugitivo foi encontrado e capturado em Portugal, nos arredores de Lisboa.
Após décadas de buscas, na semana passada deu-se um súbito desenlace: a polícia estabeleceu a coincidência entre as impressões digitais do fugitivo e um cartão de residência em Portugal.
George Wright, actualmente com 68 anos, foi condenado a uma pena de prisão de 15 a 30 anos, pelo homicídio de um veterano condecorado da Segunda Guerra Mundial durante um assalto a uma bomba de gasolina em Nova Jérsia. Walter Patterson, a vítima, tinha 70 dólares no bolso. Wright foi detido dois dias depois, a 13 de Dezembro de 1962.
Fuga da prisão de Leesburg
A sentença do julgamento por homicídio foi lida a 15 de Fevereiro de 1963. George Wright passou alguns anos no cárcere, mas conseguiu escapar da prisão estadual de Leesburg, Nova Jérsia, onde cumpria a pena, a 19 de Agosto de 1970. Encontrava-se a monte desde então.
Wright não atravessou de imediato o Atlântico. A fuga levou-o para Detroit, onde se tornou membro do Black Liberation Army e se manteve durante cerca de dois anos, conta o FBI na nota em que deu conta da detenção, realizada segunda-feira, dia 26 de Setembro.
A 31 Julho de 1972, um avião que seguia de Detroit para Miami foi sequestrado por três homens e duas mulheres, que levavam consigo três crianças. Quando chegaram ao destino, exigiram o maior resgate de que na altura havia memória, de um milhão de dólares. Receberam-no e acabaram por libertar os passageiros.
Desvio de avião
A história não acaba aí. George Wright, que as investigações subsequentes identificaram como um dos sequestradores, desviou depois, com os restantes companheiros, o avião para Boston, a fim de reabastecer e de conseguir mais um piloto para a viagem transatlântica. Conseguiram – e seguiram para a Argélia. A MSNBC, que recorda a cobertura do acontecimento, fala num dos sequestros mais “arrojados da História”.
Viajaram para aquele país do Norte de África com o intuito de ali conseguir asilo. Acabaram por ser detidos e, a pedido dos Estados Unidos, as autoridades argelinas devolveram o avião e o dinheiro do resgate. Dias mais tarde, o grupo foi libertado e desapareceu dos radares norte-americanos.
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