Há pouco tempo, abriram as escolas do AC Milan em Lisboa (parceria com o Belenenses) e na Madeira, mas nenhuma se compara à primeira (e maior) que os italianos inauguraram em Portugal, há cerca de um ano, no Porto.
Sob o nome de Scuola Calcio Milan, o Estádio do Bessa abriu as portas, mas desta vez não entraram por elas homens de camisolas axadrezadas. Entraram, sim, miúdos com equipamento às listas pretas e vermelhas.
“Desde há muito que a escola ultrapassou os 500 alunos”, refere Carlos Paiva, administrador dos serviços comerciais da Scuola Calcio Milan da Boavista. Na verdade, o número elevado de jovens inscritos, acrescido às condições existentes no Estádio do Bessa XXI, oferece a esta escola a designação de academia.
“É avaliada pelo Milan dessa forma”, afirma Carlos Paiva. O estádio principal do Boavista (os jovens ficam ainda mais pequenos rodeados por trinta mil cadeiras), os dois campos de treino (futebol de 11 e de 7), o balneário principal dos axadrezados e outras valências do Bessa destacam este complexo como um dos mais apetrechados dos milaneses.
Formar os Patos e Pirlos do futuro
Estas condições permitem apontar o propósito a curto prazo: “Ultrapassar o milhar de alunos”, diz Paiva. Entre tantos miúdos (divididos por equipas de formação – dos 3 aos 16 anos – e equipas de competição – dos 8 aos 14 anos) é natural que surja talento. “Neste primeiro ano levámos seis meninos a Milão, para serem observados”, revela Telmo Cunha, gestor desportivo da escola do Milan da Boavista.
“O objectivo é captar jovens talentos para a formação do AC Milan, de forma a chegarem aos seniores”, esclarece. Apesar de poderem vir a ser integrados nos italianos, até lá, todos os jovens inscritos na escola pagam uma mensalidade. Para além dos treinos, a Scuola Calcio Milan proporciona aulas de apoio e aulas de línguas. “Acima de tudo, queremos formar grandes homens”, diz Carlos Paiva.