À chegada aos aeroportos nacionais, “não há bons e maus”, mas “há um sistema estúpido”, acredita o realizador Sérgio Tréfaut. “Viagem a Portugal”, exibido no festival IndieLisboa, é um filme assumidamente comprometido.
Para o filme “Lisboetas”, Sérgio Tréfaut teve aulas de russo para poder comunicar com a comunidade ucraniana em Lisboa e quando a professora, ucraniana, lhe contou a sua recepção no aeroporto de Faro, onde aterrou para vir encontrar-se com o marido zairense, ficou “impressionado com uma história absurda”.
Há, portanto, muito de real em “Viagem a Portugal”. A médica ucraniana Maria (interpretada por Maria de Medeiros) vem passar o ano com o marido (senegalês no filme, interpretado por Makena Diop), a trabalhar nas obras da Expo’98.
É interrogada por uma inspectora já vestida para passar o ano (interpretada por Isabel Ruth), que lhe barra a entrada. Dorme na cela do aeroporto, de onde ouve o fogo de artifício em toda a cidade. Saturada, acata comprar bilhete de volta para a Ucrânia. Voltará por terra, mais tarde.
A história passa-se em 1998, ano “emblemático” de um Portugal que “era o país do futuro”. Para atestar que nada havia de El Dorado em Portugal, o realizador recorda, em conversa com a Lusa, a diminuição de imigrantes oriundos de Leste e critica a “má administração do Estado de um capital humano tão rico”.
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